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Este blog nunca se irá encontrar escrito ao abrigo do (des)Acordo Ortográfico de 1990!

sábado, 24 de fevereiro de 2007

Poema XXXIII - O meu grito

O meu grito é mudo...
Mas eu grito.
Não derrubo o Mundo,
Mas ouve-se o meu grito.

O meu grito é frio...
Frio de gelar.
Grito na nascente do rio
Para se ouvir em alto mar.

O meu grito é barulhento...
Fácil de se notar.
Mas é levado pelo vento
Para ninguém me ajudar.

O meu grito é abafado,
Para se sentir o seu calor.
Mas quem está agasalhado
Não sente o meu furor.

Paro então de gritar
Pois agora já estou louco.
Ninguém me ouve chamar,
Mas vêm chegando de pouco a pouco.

Bruno Torrão
99/11/14




Este é o poema que inicia o meu segundo livro não publicado, Letrodependência.

A mudança do Expiração para este é extremamente ténue, até porque a minha temática, ainda hoje, dez anos passados desde o Adeus, não tem oscilado muito. Sou eu... intrissecamente eu! Embora um pouco maduro, moldado ou diferente.

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007

Poema XXXII - Velha Querida

A Escola Secundária Infante D. Pedro


Quantas gerações por ti passaram?
Foram muitas, sim.
Quantas outras te desejaram
E não querem que tenhas fim?

Até sempre serás
Mais do que amiga,
E hoje me prepararás
Para toda a minha vida.

Não só me ensinaste
Matérias para saber,
Como também me ajudaste
A saber o que é viver.

És velha, bem o sei,
Mas não podes agora morrer.
Acredita que tudo farei
Para continuares a viver.

Bruno Torrão
99/11/18



Escrevi este poema quando nos foi dada a notícia de que a escola iria ser demolida. E, acreditem ou não, embora ligeiramente degradada, velha e, ainda, provisória, quem por lá andou só tem boas memórias. Boas vivências! E é isso que quero transmitir no poema.

A escola é conhecida com escola velha, por haver uma mais recente a poucos metros de distância. Maior e mais bem conservada, jamais terá o mesmo ambiente que, pelo menos, se vivia na velha.

Especial: Na hora do Chá IV

O tempo tem sido de louvar!

Isto de trabalhar por turnos tem, afinal, muito que se lhe diga!
E depois, a vida social!! Abastada!

E é por isso que tenho vindo pouco até aqui, conversar-vos. Espero que me entendam!

Obrigado a quem tem comentado. Fico feliz por conseguir transmitir ideias, sentimentos e opiniões. Sejam elas como forem! Gosto é do feedback!

Devido a este atraso de uns diazitos, hoje deixar-vos-ei dois poemas, até porque são os últimos do meu primeiro livro não editado, Expiração.
Um já está aqi por baixo, o outro, aqui em cima!

Poema XXXI - Amizade... (a nossa)

Aos Amigos


Contaste-me os teus segredos,
Atraíste-me.
Contei-te os meus medos,
Não me traíste.

Segredaste ao meu ouvido,
Não espalhei.
Tu foste o meu abrigo
Onde um dia eu chorei.

Da tristeza me tiraste
Nesse melancólico dia,
E com prazer me mergulhaste
Nas tuas águas d'alegria.

A ti não te mentia
Mesmo que te ferisse com a verdade.
Não deixava passar um dia
Sem o dedicar à nossa amizade.

Bruno Torrão
99/11/12



Sagrados!
Ainda que alguns se tenham distanciado pelos caminhos da vida, tanto pelo que dei como pelo que me deram, não deixarão nunca de ser... Sagrados amigos! Valiosíssimos!

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2007

Poema XXX - Novamente para ti

A Florbela Espanca


Por vezes desejo morrer
Por nunca te ter conhecido.
Queria ter sido o teu menino querido,
A tua alegria de viver!

Quando à noite estou na rua,
Nostálgica, triste, sombria...
Estar contigo era o que queria,
Ver-te feliz à luz da Lua.

Olho para o céu.
Ai como brilha aquela estrela...
Sim, és tu, Florbela,
Iluminando o coração meu!

Emociono-me. "Vem"!
Grito de surdina;
És o ouro da minha mina,
No horizonte, a maior nuvem!

Não, não choro.
Tu não queres que chore, não!
Olho para o coração
Vejo-te a ti... Não morro!

Bruno Torrão
99/11/04

Especial: Na Hora do Chá III

Foi registado hoje, por volta das 03h42m, a 100ª visita, segundo o contador da Blogpatrol.

É, ou não, motivo de festa?

domingo, 18 de fevereiro de 2007

Outros IV - Frederico Valério

Não sei por que te foste embora


Não sei por que te foste embora.
Não sei que mal te fiz, que importa,
Só sei que o dia corre e àquela hora,
Não sei por que não vens bater-me à porta.

Não sei se gostas de outra agora,
Se eu estou ou não para ti já morta.
Não sei, não sei nem me interessa,
Não me sais é da cabeça
Que não vê que eu te esqueci.
Não sei, não sei o que é isto
Já não gosto e não resisto
Não te quero e penso em ti.

Não quero este meu querer no peito,
Não quero esperar por ti nem espero.
Não quero que me queiras contrafeito,
Nem quero que tu saibas que eu te quero.

Depois de este meu querer desfeito,
Nem quero o teu amor sincero.
Não quero mais encontrar-te,
Nem ouvir-te nem falar-te,
Nem sentir o teu calor.

Porque eu não quero que vejas
Que este amor que não desejas
Só deseja o teu amor.





Escrito propositadamente para ser cantado pela Amália Rodrigues, este, é um dos meus fados predilectos...
E tanto que tenho cantado para mim... por ti...

Poema XXIX - O teu choro

Esta noite ela chorou
Sem ter qualquer tristeza
No coração que a abandonou,
Deixando-lhe a incerteza
Com que se inspirou
Na noite mais fria,
Resplandecente de beleza,
Para uma boa poesia.

Ela gemia...
Ela gritava,
Ninguém a socorria.
Ninguém a ajudava.

Chora; grita...
Eu oiço-te chorar
Nesta noite de lua cheia.
O teu choro é um cantar
Para uma pequena plateia
Que chora ao te ouvir cantar à luz da bela lua
Colocada lá no alto
Que deseja dar um salto
Para a solitária rua
Só tua.
Chora; grita!

Bruno Torrão
99/10/26

sábado, 17 de fevereiro de 2007

Poema XXVIII - Fica comigo

A Renata B.

Sinto-me estranho, esquisito, saudoso...
Não sei a causa para tal sentido.
Parece infinito...doloroso,
Mas um bem tão bem querido.

Quero sentir o que sentia
Quando pensava que não tinha fim,
Aquela imensa, grande alegria
Que sentia ao ter-te ao pé de mim.

Felizmente ainda me sinto bem,
Mas... há algo diferente,
Como a Natureza faz também
Ao por uma nuvem tapando o sol quente.

Mana. Não te quero perder,
Nunca te quero ver de longe
Quero que contes comigo hoje
E amanhã, e o que depois vier.

Às vezes só me apetece estar contigo
E só contigo ficar.
É como se fosses o meu abrigo
Que me abriga do fogo que me quer queimar.

Bruno Torrão
99/10/25



A Renata foi uma das minhas melhores amigas. Mais do que adorá-la, tinha por ela um dos amores mais saudáveis! De tal modo que eu já tinha o convite para ser o padrinho do filho dela...

Mas a tacanhez, por vezes, leva as coisas demasiado longe. Não querendo esconder do marido a orientação sexual daquele que iria ser o padrinho do filho foi proíbida de estar comigo e, obviamente, o convite foi desmanchado...

Nunca mais soube nada da (verdadeira) Renata.

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

Poema XXVII - Entristecendo

Cai a gota da alegria...
Enche a rua escura
Numa noite de loucura...
Noite bela e fria!

Cai a gota da amargura.
Nasce o dia que pediste.
Em que o sol sobe triste
No horizonte que se procura.

Cai a gota da tristeza.
Desmascara o meu disfarce,
A lágrima caída da minha face
Inunda o copo sobre a mesa.

Cai a gota da fantasia,
Em seguida dum suspiro.
Penso agora num retiro
Para viver em alegria.

Cai a gota da verdade...
Estou de volta aos sentimentos.
Tento curar os ferimentos
Causados pela realidade.

Volto de novo a esse Mundo
Onde vivo em harmonia,
Procurando no dia-a-dia
O sonho mais profundo!

Bruno Torrão
99/10/22

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007

Poema XXVI - Amor sonhado

Esta noite eu chorei,
Mas não foi por triste me encontrar,
Foi na vida que eu pensei,
Na falta de sorte para amar.

Queria estar num sonho
Em que tudo é alegria,
Em que nada é medonho
E só de amor se viveria.

Quem me dera estar nesse Mundo
Onde o coração não fica ferido,
Onde pelo amor se vai ao fundo...
O Reino do Cupido!

Onde Afrodite está no olhar...
No beijo, uma certa arte.
Há um punhal que se levanta do Mar!
E que Vénus não o deixa matar-te.

Mas este sonho não me deixa dormir,
Tal como o amor não mo deixa sonhar.
Fica então um coração a ferir
Por ninguém o conseguir amar.

Bruno Torrão
99/10/11



E depois de tanto ano, esse mesmo sentimento...

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007

Poema XXV - Em que penso

Aqui estou novamente
A pensar no que escrever,
No interior do meu quarto quente,
Sobre o que me faz rir ou sofrer.

Agarro então no meu caderno
Onde irei desabafar,
Penso em escrever sobre o Inverno
Mas está muito calor para nele pensar.

Sonho então que é Verão,
Num dia de sol e de alegria,
Mas estou triste. Agora não!
Tento amanhã, durante o dia.

Penso agora na Primavera.
De seguida no Outono.
Mas no fundo, quem me dera,
Estar mortinho de sono.

Sem mais nada para escrever,
Decido então em me ir deitar.
Só desejo poder ver
Quem agora estou a amar!

Bruno Torrão
99/10/10



Sobre o poema... nada digo.
Sobre a ausência... problemas atrás de problemas... Primeiro, uns "atrofios" com a ligação. Depois, um "atrofio" com o coração...

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

Poema XXIV - Letras tímidas

Letras que me calam,
Que me suportam a timidez,
São versos que falam
Do que o poeta faz,
Do que o poeta fez.

Carregadas ao de leve
Como se nada soubessem,
Suaves como a neve,
Pesadas como a chuva,
Caindo das nuvens que d'alegria escurecem.

Letras que não falam,
Que se enchem de fantasia,
E da solidão se isolam
Nas linhas em que escrevo
A mais bela poesia.

Bruno Torrão
99/10/07





É este o poder pleno das palavras...

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007

Poema XXIII - Assim se passa em Timor

Acordem. Pede-se socorro
Para acabar com esta dor,
Com o medo, com o choro,
Que agora passa por Timor.

Liberdade, palavra linda,
Que em Timor não existe ainda.
Angústia, palavra feia,
Que agora corre em Timor
Tal como corre o sangue na veia.

É urgente parar quem fere,
Para que haja democracia, liberdade,
Aqui mando para o povo maubere,
O meu acto de solidariedade.

Bruno Torrão
99/09/09




Este poema foi escrito para ser enviado para a RTP, no dia 10 de Setembro de 1999, para ingressar num "manifesto" para a Comunidade Internacional, organizado pela RTP, de modo a pressionar a mesma a fazer algo pelo actual estado de Timor Lorosae.
Recordam-se?

terça-feira, 6 de fevereiro de 2007

Poema XXII - Quero-te ter aqui

Tu és
O meu melhor talismã,
A minha estrela da sorte.
Acordar contigo de manhã
Faz-me sentir mais forte.

Estar contigo a meu lado
É o melhor que pode acontecer,
Só te vejo a ti, meu sonho alado,
Quero-te amar até morrer.

Não sei o que por mim estás a sentir
Nem no que pensas em fazer,
Só sinto o amor a subir
Mas a solidão não quer ceder.

Fazes-me acordar tão cedo
Por seres só tu com quem consigo sonhar,
Por alimentares este meu medo,
De pensar que contigo não vou ficar.

Bruno Torrão
99/08/20

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007

Poema XXI - Duas faces

O que faz agitar o mar
Que está tão revoltado?
O que faz sonhar o sonho
Que só sabe sonhar acordado?

O que faz gritar o vento
Que não para de soprar?
O que acalma o que não aguento
Que não me deixa rebentar?

Sei que é aquilo que me guia
E que me mata quando estou perdido,
Que só existe de noite e de dia,
Que tem duas faces e um só sentido.

Que esconde na cara d'anjo o diabo
Ao brincar com o coração
E que dá por acabada
Esta boa sensação.

Eu pressinto-o num arrepio
Resplandecente de calor
Intensamente sentindo o frio,
Do sangue gelado do amor.

Bruno Torrão
99/08/18




Até acho piada (lá está o meu sentido humurista!) a estas pseudo-filosofias imberbes!
Só de julgar que me sentia quase que um génio literário... Sim, porque modéstia foi coisa que nunca consegui adquirir lol
Felizmente agora tenho a noção de que sou mais modesto... mas que continuo a ser um grande génio! :P
E ai de quem me venha baixar a auto-estima hoje!!

domingo, 4 de fevereiro de 2007

Poema XX - Será?

Será que o amor
É a razão
Para que não haja calor
Durante o Verão?
Será que é o Inverno
Iluminado por um trovão?
Será como o caderno
Em que descarrego a solidão?
Será como o sangue que não vai ao coração,
Que para todo o lado me segue
Sem ter qualquer razão?
E que com um grande sorriso
Me pisa contra o chão,
Que se torna tão pesado
Cortando-me a respiração,
Que me faz chorar
Como um bebé chorão,
Que me faz viver
Com a tal obsessão
Que me faz morrer
Sem ter a arma na mão.

Bruno Torrão
99/08/03





Gostava muito de forçar as rimas... lol

Por acaso recordo-me bem de quando escrevi este poema. Estava deitado a ler qualquer coisa e, num momento, deu-me aquela "gana" de escrever qualquer coisa. Aliás, creio que até se nota que não foi uma coisa espontânea...
Seja como fôr, viriam dias melhores :P

sábado, 3 de fevereiro de 2007

Poema XIX (parte 2) - Ventus et Luna

III

Foi então que a noite passou
Que de tanto sofrer, o coitado
Ainda estava acordado.

Na sua cara não se encontrava,
Nos seus olhos não se via,
Uma única gota de alegria.

Estava tão angustiado
Com o destino que Deus lhe deu,
Que a uma certa altura desapareceu.

Foi então que a noite chegou,
E a sua amada apareceu
Logo na noite em que ele morreu.


IV

Mas a história não acabou
Só por ela não o ver
Pois então decidiu também ela morrer.

Agora que ela se foi
E com ele já se encontrou,
O céu limpou, o sol brilhou.

E então voltou de novo
A alegria que antes viviam,
E até já não têm o medo que tinham.

E se de resto querem saber
Como terminou a história,
Basta que recorram à vossa memória.

Não me importo que não gostem
Por não estar original,
Mas na minha opinião, até nem ficou mal.

Bruno Torrão
99/08/02

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007

Poema XIX - Ventus et Luna

I

Um dia o Vento levantou
E a mim me veio perguntar
Se alguém dele conseguiria gostar,

Eu disse-lhe que não sabia
Mas que comigo podia tentar,
E ele não fez mais nada, começou a chorar.

No seu choro consegui sentir
Algo que me fez arrepiar,
Dei-lhe alguma segurança para desabafar...

Foi tão forte o seu desabafo
Provocado por uma tal dor
E ele só disse assim: "Isto é amor".


II

Quando acordei no dia seguinte
Fui direito à janela,
E vejam quem fui encontrar, ele com ela.

Retratou-se a sua alegria
No dia que já estava tão belo,
O céu tão azul, o sol tão amarelo.

Veio então a nuvem negra
Que saltou do meio da rua
E se foi por entre ele e Lua.

O sol parou de brilhar,
O céu a escurecer,
E ele só conseguiu fazer chover.




Esta é a primeira das duas partes deste poema. Amanhã trago-vos o que resta. :-)

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2007

Poema XVIII - O meu orgulho

Esta poesia que escrevo,
Que me torna tão orgulhoso,
Que me torna tão saudoso,
Que me torna tão feliz,
Que descreve tudo o que quero
Tudo o que quis!
Que caminha da alma
Um tanto nervosa,
Um tanto calma,
Mas que vem de lá do fundo,
Faz-me sentir o dono do Mundo,
O melhor de todos os poetas,
A mais difícil das entradas secretas,
A mais venenosa aranha,
A mais alta montanha;
Aquilo que toda a gente queria,
O ar que se respira no dia-a-dia...
Isto tudo vive cá dentro;
É a alegria com que rebento,
Que por mim se espalha como o vento.

Bruno Torrão
99/07/11