Fumo sem querer parar. Jamais o quis.
Na garganta o fumo asfixia-me a voz
E as palavras presas ao que se diz
Sob a forte névoa do fumo atroz.
Vejo opaco e negro o fundo do meu ser
E na garganta vermelho que brota
Em sangue de raiva, de ira a escorrer,
E no peito d’ânsias já se debota
Pelo corpo uma cor que desconheço.
Se apenas o fumo é o que mereço,
Que deixe jamais, então, eu de fumar!
E se ao menos o meu fumo respeito
– Que me consome da garganta ao peito –
Seja o resto do meu corpo p’ra fumar!
Bruno Torrão
14 Set. 07
quinta-feira, 28 de julho de 2011
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