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Este blog nunca se irá encontrar escrito ao abrigo do (des)Acordo Ortográfico de 1990!

quarta-feira, 21 de março de 2007

Especial: Na hora do chá V

O post que hoje disponho sobre a mesinha de chá é simples; a Poesia!

Quem diria? Porque falar especialmente de poesia se é este um blog onde se respira e consome poesia?

Hoje é dia 21 de Março e, como tem sido habitual, o dia em que a Primavera se inicia, celebra-se, também, o Dia Mundial da Poesia.
De há uns tempos para cá que recebo mensagens e e-mails de Parabéns, como se fizesse anos.
Embora os agradeça, respondo sempre, mais coisa menos coisa, "A Poesia agradece! E agradeço-te por também seres poesia."

As pessoa teimam em se fazerem tudo menos poesia!
Podera! A vida aguda e assaz dos tempos de hoje fazem-nos ser tudo menos a calma da poesia. Somos quase que um romance de terror, onde as palavras são demasiado carregadas por energias devastadoras.

Será por isso que se junta a Primavera e a Poesia?
E eu que tanto teimo em escrever palavras mais pesadas, fortes... Faço por transmitir ideias não tão "solarengas"; e, mais ainda, apraz-me o stress e a vida cosmopolita!
Serei menos poeta por isso?

Isso sim, só me faz crer que a Poesia é, afinal, tudo.
Seja ela serena ou agreste, mimosa ou cipreste, desperta ou sono. Primavera ou Outono!

Poesia é tudo o que em nós se melodia!

Aqui há uns tempos, questionava o porquê de eu não saber cantar se sei falar!?
Responderam-me, por meias palavras: "Eu também não sei escrever poesia. Embora saiba escrever. Para cantares, falta-te melodia, assim como me falta, a mim, melodia a escrever."

E como o post já vai longo, deixo-vos com uma estrofe curta, mas cheia de POESIA:

Veio a Lua dar-me as graças,
Beijar-me a mente. Criação!
Soltam-se açucenas. Exaltação!
Criam-se orgasmos enquanto me abraças,
Num dia que te criste, tão harmonia,
Belo e singular dia à Poesia!

terça-feira, 20 de março de 2007

Poema XLI - Serei forte

Porque me faço tão forte
Quando quero gritar?
Quererei enfrentar a morte
Sem ter de a encarar?

Porque guardo tanta dor
Quando a devia libertar,
E deixar o pior
Vaguear pelo mar?

Porque será que não choro
E guardo a dor no peito,
E ao passado não a jorro?
Para ser mais do que perfeito?

Mas quero gritar,
Quero chorar baba e ranho
Até em louco me tornar...
Fazer das lágrimas o lago onde me banho!

E com o erro aprender
Que basta ser como sou,
Que a vida também é para sofrer
E para ser vivida até ser avô.

Bruno Torrão
00/01/10

segunda-feira, 19 de março de 2007

Poema XL - Em dor

Foram mil noites de paixão
Entregues à magia do amor,
Na verdade foram só ilusão...
Verões sem qualquer calor.

Na água que eu já bebi,
O calor que me fez aquecer
Fez-se em gelo que derreti,
Mas que nunca devia fazer.

Sem querer te entregaste
A mim, de corpo e alma,
Sem temer ao que chegaste.
Um fim com muita calma...

Deixaste na solidão
Com um enorme aperto no peito,
Ficou em pedra meu coração
Perdido...sem qualquer jeito.

Bruno Torrão
99/12/29

quarta-feira, 14 de março de 2007

Outros V - Sophia M. B. Andersen

Espera

Dei-te a solidão do dia inteiro.
Na praia deserta, brincando com a areia,
No silêncio que apenas quebrava a maré cheia
A gritar o seu eterno insulto,
Longamente esperei que o teu vulto
Rompesse o nevoeiro.





Sempre assumi o meu fraco respeito por Sophia. Não gosto! Apenas isso...

No entanto, assim como aqueles que venero têm obras com as quais não objecto predilecção ou gosto que seja, Sophia tem uns poucos poemas com os quais digo: "Não diria, jamais, que foi ela que escreveu!".
Esta Espera, As Rosas, a Promessa, são exemplos disso mesmo.

Poema XXXIX - Coração só

Quero falar de Amor,
Mas meu coração
Só me dá é dor
E Solidão.

Vejo na noite escura
Uma escapadinha
Da vida tão dura,
Desta alma sozinha,

Em que sou invadido
Por amor e carinho,
Onde sou possuído
E não fico sozinho,

Onde encontro a felicidade.
Sou amado!
Nasce o sol sobre a cidade
E fica o sonho terminado.

Por outra noite anseio
Apesar de ser imaginação,
Não tenho receio...
Pois alegro meu coração.

Bruno Torrão
99/12/18

quarta-feira, 7 de março de 2007

Poema XXXVIII - No meu mundo

Mais uma sem me sorrir.
Mais outra sem reagir.
Mais outra a fugir.
E outra sem me sorrir.

Sou tão antipático
Para toda a comunidade,
E certamente o mais simpático
De toda a sociedade.

Sou deveras o mais egoísta
Dos mais egoístas de lá do fundo.
Voluntariamente sou o artista
Que alegra todo o mundo.

Sou por todos tão adorado,
Querido e apaparicado,
E no fim sou um parvo
Por todos odiado.

Bruno Torrão
99/12/18

terça-feira, 6 de março de 2007

Poema XXXVII - O lago

Hoje eu me perdoo.
Da raiva que em mim guardo
Neste grande lago
E fundo
Tão largo como o mundo,
Imundo,
Sem fundo,
Feito de maldade,
Sem margem...
À margem da sociedade.
De betão não é a barragem...
É de falsidade
O cimento, cinzento
Ciumento,
É verdade.
Por lá não passa água
Só mágoa,
Saudade,
Tristeza,
Sem pureza
De se notar.
É difícil de aguentar
Sem que tenha de explodir
Sem que tenha de chorar
Gritar, enlouquecer...
Mas não sei o que mais faz doer.
Não sei o que realmente me vai ferir.
Vou guardá-lo,
Vou aguentar
E de novo me vou perdoar,
Para que não venha a magoá-lo.


Bruno Torrão
99/12/06

segunda-feira, 5 de março de 2007

Poema XXXVI - A minha droga

Acho que estou viciado,
Mas de uma maneira diferente!
É um vício de grande agrado.
Sinto-me letrodependente!

Podem achar uma loucura
Por às letras estar agarrado,
Mas se a vida para mim for dura,
É pelas letras que sou apoiado.

A minha seringa é a caneta.
Aquecida pela fúria do destino
Injecto a tinta azul ou preta,
E me torno drogado fino,

E me torno de novo menino,
Esquecendo quaisquer problemas.
Canto agora, livre, o hino...
Da alegria, e sem algemas!

Bruno Torrão
99/12/06

sábado, 3 de março de 2007

Poema XXXV - Palavras

São de lágrimas minhas palavras feitas!
Doces amarguras do meu destino.
São os espinhos das tão eleitas
Rosas de negro fino.

São palavras de todo um medo
Que possuo na minha coragem,
Descrevendo o feliz enredo
Do rio que não alcança a margem.

São suspiros escritos
Sobre fios de velhas mágoas,
Revelando aos infinitos
Angústias em tons de águas.

São tristes as palavras minhas
Mas que me dão tanta alegria.
E encontro nestas linhas
Meu refúgio do dia-a-dia.

Bruno Torrão
99/12/01

sexta-feira, 2 de março de 2007

Poema XXXIV - Quero escrever (para falar)

Hoje não há luar.
Que bom, que alegria!
Já tenho algo para me inspirar
E me dedicar à poesia.
Alegre ou sombria...

Mas não vejo como desenvolver
A ideia de melancolia.
Melhor era se estivesse a chover
Para exaltar a fantasia
Que em mim vive todo o dia.

Quero escrever sem parar,
E escrever como um desvairado.
E a escrever quero voltar,
Para não ficar angustiado,
Porque o não escrever me põe mais calado,

E isso eu não quero.
Quero ser das palavras imperador.
Sim! Ser como Homero
Que dava às palavras sentido de amor,
Pois não me basta falar de dor.

Quero falar de algo platónico,
Alegre ou real.
Só não quero ficar afónico.
Falar sobre este, aquela e o tal,
Sobre a dor ou até do irreal!

Bruno Torrão
99/11/28



É verdade, agora só quase actualizo isto de semana a semana. Felizmente!
O trabalho ocupa-me bastante bem o tempo e a cabeça. A vida para lá do emprego também! :)