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Este blog nunca se irá encontrar escrito ao abrigo do (des)Acordo Ortográfico de 1990!

terça-feira, 12 de setembro de 2017

Adivinhação

Não receio que me seja descoberto
Por intuito ou negação
Sobre tudo ao que me afecto
Generalizado ou em concreto
Ou que me enamore pela razão

Sou um espelho do chão ao tecto
E mais um texto descrito p’la mão
Preso a uma caneta que aperto
E desenho firme em traço certo
Com riscos provenientes do coração

Será sempre sangue vermelho preto
Aclarado de amargo em verde limão
Ao doce que porventura não desperto
Adoço sempre trazendo por perto
Cada uma da vossa apreciação

Já aos medos sou mais discreto
Evitando sempre a comparação
Que entre o errado e o correcto
Fecho e tranco a cara ao incerto
Com toda a intenção.

Bruno Torrão

quinta-feira, 7 de setembro de 2017

Nem aos que partem, mas aos que ficam

Num aceno o sorriso nos lábios
A melancolia no olhar
A dicotomia que os próprios sábios
Desconhecem em identificar

A pertença a algo que parte
E a perda que fica no seu lugar
Permitindo que tudo, ao quebrar-te
O sonho, se desvaneça no acenar...

Num aceno com os lábios sorrindo
E os olhos chorando
A tua pertença se vai indo
A tua alma partindo e tu ficando

E o que fica naquilo que partiu
É já parte de ti que te quebraste
Desfeito no aceno que se viu
Quando, ao vento, ao tudo acenaste

Naquele aceno com lábios sorrindo
E os olhos já chorando,
E onde não escolheste, nem distinguindo,
O que mantinhas ou largavas, acenando.

Bruno Torrão

Estátua ao emigrante português - Santa Apolónia, Lisboa