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Este blog nunca se irá encontrar escrito ao abrigo do (des)Acordo Ortográfico de 1990!

terça-feira, 28 de abril de 2009

Especial: Na hora do chá VIII

Hoje, ao aceder à minha conta de e-mail, deparei-me com uma mensagem (admito) muito fora do vulgar.

Um e-mail proveniente do Portal Lisboa referia-se a ter acompanhado o meu blog e, segundo citam "gostariamos de lhe dar os parabéns pelo serviço cultural que tem prestado à poesia e à literatura". Confesso que me senti lisonjeadíssimo mas, como quando a esmola é muita o pobre franze o sobrolho, segui atentamente o texto, pelo que vos disponho aqui ipsis verbis do que se segue no dito e-mail:

"Depois do sucesso que foi a Primeira Colectânea de Poesia Contemporânea do Portal Lisboa e da Chiado Editora (www.chiadoeditora.com), com o nome “Entre o Sono e o Sonho”, vamos agora arrancar com o II. Volume da mesma colectânea, pelo que gostariamos de o convidar a noticiar este evento no seu blog".
Até então não achei malfeita alguma e, pelo contrário, até me surgiu a ideia de começar a anunciar acções semelhantes como concurso literários, cursos de escrita criativa, etc.

Continuando com o e-mail; "Neste momento, estamos à procura de novos autores para entrarem neste livro, pelo que o convidamos a visitar o regulamento desta colectânea no nosso site". E aqui sim, após visitar o dito link, surge o meu espanto.
A ter conhecimento, o parágrafo 2. do regulamento insurgiu-me alguma revolta, se é que será esta a melhor palavra para descrever o sentimento; "2. Forma de participação
Compra de 5 exemplares da obra ao preço de 12 euros por exemplar, por cada poema que desejar incluir na antologia...".

Certo que não se trata de nenhum concurso, mas sim de uma participação, leva-me no entanto a comparar, por exemplo, com um convite para uma festa, onde se é convidado mas para a qual se pede que comparticipe com o catering! Ora, se somos convidados, qual a finalidade de termos de ser nós a ter de entrar com a comidinha? Imaginemos que eu até decidia participar na dita Antologia, a qual se preveja ser uma imagem para a posterioridade do género artístico e criativo duma época e/ou sociedade, com apenas 5 poemas meus (cerca de 2% da minha Obra) teria de gastar 300 eur, o que equivale a mais de metade dos meus rendimentos mensais.

Ainda assim, confesso que não são tão "chupistas" como as editoras que se propõem a editar o trabalho de um novo autor!

Deixo, no entanto, a solicitada publicidade (sem custos!) à proferida acção.

Devo, isso sim, vangloriar um facto. Das receitas adquiridas, os direitos de autor que terão, no caso, uma parcelagem de 20% sob os 15 eur, serão doados a uma instituição de cariz social, ou seja, 3 eur por livro vendido ficando os restantes 12 eur (pagos para a inscrição) para bom proveito da editora. :)

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Poema CV - Sardinheiras na varanda

Batem-se ao vento no Outono,
Que à noite me atrasa o sono.
Na Primavera se inundam de cor,
Para alegrar a minha dor.

Observam as gentes passar,
Pelas calçadas a falar,
Das vidas felizes que ostentam...
Das alegrias que noutros despertam.

E as sardinheiras da minha varanda
Ouvem falar tamanha propaganda,
Trazendo a mim a alegria,
Orgulhoso de as possuir todo o dia.

Bruno Torrão
08 Jul.’04



Este poema surgiu graças a uma conversa no meu já extinto fotolog. Falava-se de sardinheiras. Falava-se de varandas. Peguei na minha máquina digital de então e fotografei as sardinheiras da minha varanda. E escrevi este poema.

domingo, 26 de abril de 2009

Poema CIV - Eu e Ela

A vida ontem estava aqui.
Aproveitei, e com ela tomei chá.
Cochicho ali, cochicho aqui,
A tarde estava bela e já não está.

A vida partiu para longe daqui.
Aproveitei, e sozinho tomei café.
Lágrima aqui, lágrima acoli,
A vida era bela, e agora já não é.

A vida? Não sei quem é!
Estou só... Nem a vida conheço!
Choro deitado, sorrio em pé,
A vida tem aquilo que não mereço...

Bruno Torrão
30 Jun.'04

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Poema CXIII - Orgulha-te

É o desejo de apagar a vida.
Pegar no comando e rebobinar.
Comprar uma borracha rija e comprida
E simplesmente apagar.

É o desejo de iniciar
Aquilo que devia já ter sido.
É a vontade de mudar
Aquilo que tem persistido

E que não se apaga com sopros,
Como se de velas se tratasse.
É o separar de dois corpos
Como que neles se entrelaçasse

A euforia de poder modificar
O que se acha que está mal.
Mas agora paras. Ficas a olhar.
E na merda continua Portugal!

Bruno Torrão
20 Jun.'04

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Poema CXII - Candeias e Solidão

Trazia toda a luz em mim
Ganha da vida alegre que já tive.
Hoje trago lágrimas sem fim
Que cobrem meu corpo em declive.

Tudo o que guardei com certo carinho,
Estão agora, meu corpo, meu ser, minha alma,
Trincados violentamente por mim, sozinho,
Por cada canto que esquecia a calma,

Largando fogo de candeias ardentes
Em cada perna, em cada mão,
Nos meus cabelos, olhos... até aos dentes...
Para ver se matava a solidão.

Bruno Torrão
18 Jun.' 04

domingo, 12 de abril de 2009

Poema CXI - Sem falar

Vê bem o mal que me faz
Passares por mim sem me falar,
É tanto que até me satisfaz
Ver-te cair na merda que acabaste de cagar!

Bruno Torrão
s.d.



Ao que leva a raiva...
Não tecerei mais comentários acerca deste poema :P
... a não ser lançar uma propablidade da data em que o escrevi. Por volta de 14 a 17 de Junho de 2004.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Poema CX - Andei Perdido

Andei perdido em teu nome,
Por ruas de escuro amargo,
Onde tudo o que luz some
Por janelas que em mim trago.

Andei caminhando em teu corpo,
Como quem caminha pelo deserto,
Andando por um caminho torto
De destino completamente incerto.

Andei rastejando teu chão,
Guardando as terras que pisavas.
Guardo-as hoje no fundo do caixão
Para que sejam devoradas por larvas.

Porque andei cego toda essa era,
Hoje a luz das ruas me ofusca.
E das areias que em minha posse tivera
Hoje as lanço num’outra busca.

Bruno Torrão
13 Jun.‘04

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Poema CVIX - Demente

O maço esvazia-se...
A ânsia aumenta!
A vida não se encruzilha
E por uma noite atormenta.

O isqueiro não acende...
Os fósforos estão molhados!
As lágrimas, essas de repente,
Caem por entre poros espalhados

Ao longo de uma face,
Não triste, mas transtornada,
Da vida que leva pela frente.

Pobre cara... triste face.
Não vive a vida. Não vive nada!
Apenas uma morte demente!

Bruno Torrão
01 Jun.'04