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Este blog nunca se irá encontrar escrito ao abrigo do (des)Acordo Ortográfico de 1990!

sexta-feira, 31 de julho de 2015

De qualquer maneira



De qualquer maneira
 

Não sei se, onde estás, a fala difere
E passamos a cores, o som em mudança,
Meio esbatidas quando a alma se fere,
Mais vigorantes se o corpo dança,

Tons mais pastel se a vida confere
Que somos calma num corpo-aliança,
A mistura dos dois que a paixão aufere
Quando na mente só o amor avança.

Não sei se, onde estamos, as cores se fumam
Perdidas a sair de cachimbos de madeira,
Apenas sei que somos fumo na maneira

Em como os corpos um no outro se aprumam.
Mistura infinita de sons e cores a vida inteira,
Misturamo-nos seja de qualquer maneira.

Bruno Torrão

quinta-feira, 30 de julho de 2015

Tema para um malmequer desfolhado



Tema para um malmequer desfolhado

Há sob o céu desta cidade
Um lume brando ainda em chama
Em fumo ocre lança saudade
E no meu corpo tudo se inflama
Dos pés às mãos sou claridade
No peito ardo como quem ama
Trago na vista a imensidade
E o sentimento de quem se engana
Ardo pela vida em liberdade
Que te quer bem
E a mim também.

Somos dois olhos de criança
Sem cor à vista pela manhã
Da transparência que aqui dança
Somos da cor duma romã
Aberta ao sol vermelho-cansa
Unidos numa ideia vã
“Quem une é o tempo e a esperança
“A quem tratámos por irmã”
Somos um malmequer que aqui balança
Que me quer bem
E a ti também.

Bruno Torrão

quarta-feira, 29 de julho de 2015

Pomar



Pomar

Deixámos que nos envelhecesse na pele
A carícia de outras peles perdidas,
Que do tempo ou da memória se repele
E teimamos em manter esquecida

Mesmo a saber que a mesma se finca,
Em marcas no corpo ou na singular atitude,
Nas palavras que proferimos quando se brinca
Com o intuito de esquecer ou que se mude

A forma de olharmos diferente um lugar,
De ouvir de outra maneira uma canção
Ou até de saborear cada maçã dum pomar
Que forçamos a podar no nosso coração.

Bruno Torrão