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Este blog nunca se irá encontrar escrito ao abrigo do (des)Acordo Ortográfico de 1990!

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Poema CCXI - Rasgo

Nas mãos prendo agora apenas a vontade
De querer seguir além do teu corpo quase vago,
Quase nulo. Vazio até, quem o enuncie!
Nas estranhas formas a que os sons deram verdade,
Oponho apenas o sentido lato (enquanto mago)
Das palavras que solto a quem aprecie!

A dura realidade de já não fazer sentido
Naquilo que outrora quisera que fosse maior-arte,
Cravo somente espinhos que reparti por cada hora
Já passada. Assim esquecidas. Tempo caído!
Que o tempo que quis ainda, então já morto, à parte
Daquilo que disse e escrevi noites afora,

Dele só restam saudades. Saudades apenas!
E mais a vontade e o cognome que, como faziam antes
Aos reis que nos governavam insanamente,
Prego nas asas das aves em vão, já sem penas,
Que como tal rasgam os chãos em vôos rasantes,
Tal como rasgo eu o meu corpo com o poder da mente.

Bruno Torrão
07 Abr.’09