Não são doze as horas que o sol espreita.
Ou raro é dia em que é tão certeiro
Igual tempo entre o acordar e a deita,
Seja dia claro ou denso nevoeiro.
Nem da lua, as fases contam dias certos
E em decimal se divide a própria hora.
Não há meses com iguais dias, correctos,
Nem no universo perfeição ao que agora
Nos meus olhos perfeita imagem se assume.
A tua irregular figura de quem, imperfeito,
Ao mundo veio exalar orgásmico perfume
Inebriante e de inigualável preceito.
Construído em preciosas pedras de afectos,
Tão maleáveis ao tacto como quem aflora
Os escondidos sentidos em exóticos dialectos
Que só a minha percepção o entende e decora.
Não me digam que é perfeito o universo,
Quando nele tudo se extingue e se cria.
Eu criei na mente a imagem em verso
De nada que na vida, realmente, existiria.
Bruno Torrão
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