Que pressa esta que na ideia me corre
De tornar rotina a escrita em verso?
Tudo o que vejo ou leio, que nasce ou morre,
Em sítio fixo, móvel ou disperso,
Tenha isso de se fixar em linhas,
Sejam rectas ou disformes, na viagem
De um comboio tão pleno de alminhas
Que me tentam alimentar, numa imagem,
As ideias rotineiras sem sucesso.
E sem querer, sequer, tornar nascido
O relato que aqui escrevo em verso,
Dou por parido um poema sem sentido!
Bruno Torrão
terça-feira, 29 de maio de 2012
segunda-feira, 14 de maio de 2012
Poema CCXVIII - Ponte-cama
Deixa que cerre os olhos, agora
Que os teus dedos se despistam
Numa carícia tua que demora
No meu corpo nu, e persistam
Por ínfimos minutos, pelo dia fora!
Deslizamos pela cama em marcha lenta,
Feita ponte que nos une sem demora
Traçada num instante como se esquenta
Num entre-corpos um cubo de gelo.
Traçamos vias rápidas p’los fios de cabelo
Enlaçados nas mãos que nos alcatroam
Ao chão de cada um como cola!
E enquanto a estrada corrida se desenrola
Façamos dos corpos filas que se amontoam!
Bruno Torrão
Que os teus dedos se despistam
Numa carícia tua que demora
No meu corpo nu, e persistam
Por ínfimos minutos, pelo dia fora!
Deslizamos pela cama em marcha lenta,
Feita ponte que nos une sem demora
Traçada num instante como se esquenta
Num entre-corpos um cubo de gelo.
Traçamos vias rápidas p’los fios de cabelo
Enlaçados nas mãos que nos alcatroam
Ao chão de cada um como cola!
E enquanto a estrada corrida se desenrola
Façamos dos corpos filas que se amontoam!
Bruno Torrão
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