Nem bem aurora, nem mesmo sol-posto,
Não sou definido pela luz, sequer!
Se bem me defino num grato encosto,
Melhor definho por um posto qualquer,
Melhor desafio se não é suposto,
O que não é esperado, nem previsto.
Se bem sou vinho, jamais serei mosto,
Impossível até ser disso um misto!
Assim sangro a calçada em puro prazer
E mais tarde a lambo em pleno desgosto
Que o que faço mais tarde é de prever
Que o faço antes de me ser proposto!
E à força humana não mostro sequer
Que tudo o que faço, faço por gosto!
Bruno Torrão