À boca da noite a tua boca fechada
Aberta a madrugada nos chega a roupa
Que dispersa não aconchega nem afaga
Não acresce, nem apaga
Só nos aproxima e afasta
Numa nefasta dança primária
Possessa enquanto em festa
Te beijo dos pés à testa
Vértice linha corpo aresta
Que no meu corpo se protesta
E infesta
E infecta
E carrega
Não sossega ao meu corpo subtil
Reluzente de suor anil
Anis amargo ácido plácido
Ao teu palácio entrego em perfil
Minha bruta seiva viril
À boca do dia tua boca aberta
Desperta dispersa e com pressa
Se prensa ao meu incógnito pudor
Em tempo algum conhecedor
Dessa tua confessa promessa
Em me fazer senhor
Das terras que lavro sem cuidados
Meus ínfimos nobres sagrados arados
Que desbravam teu corpo
Torto híper-vivo quase morto
Sem noção quase de como o temos
Como os tempos correram
Como nos corremos
Como nos comemos
Consumimos
Assumimos
E sumimos.
quarta-feira, 10 de maio de 2017
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