Na mistura das estradas que vejo
Sigo a que não possui sinalética.
Erróneo, o meu ser ali despejo
Por entre olhares aguçados de ética
Que lançam vocábulos em farpas
E espinhaços veneno de gesticulação.
A culpa de me acudir às escarpas
Como base da minha orientação
Prende-se ao só motivo libertador,
Que me permite, no fundo sumário,
De que um coração só se afoga de amor
Se às ordens de outros for contrário,
Já que a alma e o corpo defendem,
Numa junção de sagrada batalha,
Àqueles que as que tais desleis seguem,
Pisando descalços o fio da navalha.
Por aí caminho, como os animais,
Sem sequer seguir asfaltos e passeios,
Desfiando pegadas por canaviais
Deixando a minha liberdade sem freios.
Bruno Torrão
terça-feira, 28 de agosto de 2018
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