Deixa que seja eu a pôr hoje a mesa!
Os pratos design que comprei quadrados
À medida da mesa que pomos em festas…
Deixa que seja eu a pôr os copos turquesa
Que brilham íris à luz dos raios lançados
E que vidram pelas janelas e arestas
E pelas frestas destas janelas de madeira!
Deixa só que seja eu a pôr a toalha de linho
Que comprámos conjuntos em Marrocos
Quando decidimos viajar pelo mundo islão
E nos esquecemos, no deserto, do caminho!
Deixa só usar os talheres que, com dúzia de trocos,
Mandámos seguir numa encomenda da televisão!
São bonitos e nunca os usámos à maneira!
Deixa-me só pôr a mesa a meu gosto…
Só hoje porque estou sozinho para a refeição!
Mesmo que a ponha trocada e guardanapos de papel,
Há-de ser, ainda que em modo contraposto,
A mesa que permite esfaquear-me o coração
E regar em molho de sangue toda a minha pele,
Por ter sempre de jantar numa mesa com uma só cadeira!
Bruno Torrão
28 Jun.10
domingo, 26 de fevereiro de 2012
quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012
Poema CCXIII - Porta de entrada
Querias seguir-me p’las margens dum rio
No qual nossos corpos eu consumo
Querias e quero manter-me por um fio
de prumo
E seguimos cansados e mais percorridos
Nos nossos caminhos que dispersam
Pedindo às forças de universos perdidos
Que o teçam!
Agora já sabes o quanto é duro
Correr por estradas sem sentido
Agora já sabes que o medo do escuro
é sabido!
E agora já sabes o quanto eu luto
Nas teias das malhas que não teço
Agora sabes que o que dá fruto
não meço!
E assim nós ficámos à beira do mundo
E assim nós ficamos sem saída
Que a porta de entrada
Que deixámos no fundo
foi perdida!
Que a porta que abrimos
foi esquecida!
Bruno Torrão
No qual nossos corpos eu consumo
Querias e quero manter-me por um fio
de prumo
E seguimos cansados e mais percorridos
Nos nossos caminhos que dispersam
Pedindo às forças de universos perdidos
Que o teçam!
Agora já sabes o quanto é duro
Correr por estradas sem sentido
Agora já sabes que o medo do escuro
é sabido!
E agora já sabes o quanto eu luto
Nas teias das malhas que não teço
Agora sabes que o que dá fruto
não meço!
E assim nós ficámos à beira do mundo
E assim nós ficamos sem saída
Que a porta de entrada
Que deixámos no fundo
foi perdida!
Que a porta que abrimos
foi esquecida!
Bruno Torrão
sábado, 11 de fevereiro de 2012
Poema CCXII - Da Ideia
A ideia é longa e confusa
E entrelaça-se nas linhas que, por estranho,
Não parecem existir sequer
Senão na ideia que é obtusa
E agudiza o pensamento que retenho
Na cabeça cansada de se bater.
A ideia é nada senão misturas
De cada sentido que em cada um habita
Cocktail de imaginação pequenina
Como claras batidas às escuras!
São coloridas como a mente frita
Em azeite e óleos de serotonina!
Bruno Torrão
E entrelaça-se nas linhas que, por estranho,
Não parecem existir sequer
Senão na ideia que é obtusa
E agudiza o pensamento que retenho
Na cabeça cansada de se bater.
A ideia é nada senão misturas
De cada sentido que em cada um habita
Cocktail de imaginação pequenina
Como claras batidas às escuras!
São coloridas como a mente frita
Em azeite e óleos de serotonina!
Bruno Torrão
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