Deixa que seja eu a pôr hoje a mesa!
Os pratos design que comprei quadrados
À medida da mesa que pomos em festas…
Deixa que seja eu a pôr os copos turquesa
Que brilham íris à luz dos raios lançados
E que vidram pelas janelas e arestas
E pelas frestas destas janelas de madeira!
Deixa só que seja eu a pôr a toalha de linho
Que comprámos conjuntos em Marrocos
Quando decidimos viajar pelo mundo islão
E nos esquecemos, no deserto, do caminho!
Deixa só usar os talheres que, com dúzia de trocos,
Mandámos seguir numa encomenda da televisão!
São bonitos e nunca os usámos à maneira!
Deixa-me só pôr a mesa a meu gosto…
Só hoje porque estou sozinho para a refeição!
Mesmo que a ponha trocada e guardanapos de papel,
Há-de ser, ainda que em modo contraposto,
A mesa que permite esfaquear-me o coração
E regar em molho de sangue toda a minha pele,
Por ter sempre de jantar numa mesa com uma só cadeira!
Bruno Torrão
28 Jun.10
domingo, 26 de fevereiro de 2012
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