Já me vieram dizer que está à venda
A sociedade putrificada em que me assento
E que a papelada é, por encomenda,
Folha e meia e mais uma adenda
Onde rabisco e até comento,
Onde duas linhas como quem aprende,
Prendem as palavras que lá cruzo,
Agrafadas em ponto cruz que suspende
Como cruz de quem carrega e defende
Que deve ser alugada – e eu recuso!
Recuso e afinco a recusa
Já por saber que arrendada
A sociedade cai e se desusa
À espera que se reluza
A renda nunca celebrada.
Bruno Torrão
sexta-feira, 22 de junho de 2012
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1 comentário:
pois não tenho perdão,deixar passar sem lêr tamanha beleza!
E sim,adorei.é superbe.
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