Volta e meia desapareço e ao regresso
O mundo já se dispersa num caos profundo
As linhas que eram rectas circulam desvaídas
Por entre espaços do tempo que meço
Ao avesso do que foi cada segundo
Que perdi entre todas essas minhas idas
Ao descuido de quem a mim cuidara a vida
Perdida nos ponteiros incertos das redondas
E eternas reciclagens das vidas de outrem.
Redijo-me em palavras sem pretensão sabida
E os que as lêem regressam em ásperas ondas
Como as que bateram as praias de ontem
Ao amanhecer do que o futuro pudesse criar.
E eu, de chegada, esbatia nas areias finas
Sem saber se as encontro suaves ou quase gesso,
Se pelo suor que provoquei ao me procurar,
Se da tristeza gerara lágrimas alcalinas.
Daí, volta e meia, regresso e desapareço.
Bruno Torrão
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