Eu cá choro sempre parado,
À minha cama encostado,
Para que caia apenas meu pranto.
Mais fácil será encontrá-lo,
Que em qualquer outro canto,
Para quando quiser de novo chorá-lo.
Eu cá choro sempre a andar,
Por onde mais quero estar,
Para que caia o pranto na terra.
Mais fácil será esquecê-lo.
E assim não entro em guerra
Com o meu próprio flagelo.
Eu cá choro sempre a correr,
Por entre pedras a ferver,
Para que seque rápido a amargura.
Mais fácil será perdê-la,
Que em qualquer outra altura,
E então nunca mais revê-la.
Eu cá choro sempre a cantar,
Nas melodias que fazem chorar,
Para que a música alegre o poema.
Mais fácil será compartilhá-lo,
O que dificulta o meu dilema,
E que tão bem sabem escutá-lo.
Bruno Torrão
30 Jan.'05
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