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terça-feira, 26 de outubro de 2010

Poema CLVII - Barrote

Sinto estranho o corpo. Vazio!
Longe de mim. Desesperado.
Como algo que corre desalmado
Em busca dum lugar sombrio,

Deslocado, sem se encontrar.
Sinto vazia a alma. Estranha!
Longe do corpo que a emaranha
Em estranhas teias de sufocar.

Aperta-me o peito. Sufoca!
Vida por morte. Troca por troca.
Levo a sina a jogar-me o destino,

E, tão rápido, meu corpo cristalino
De pedras preciosas e sal puro,
Afoga-se no mar como barrote duro!

Bruno Torrão
09 Ago. 05

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