Digo-te eu que és tecido engomado
Num bosque estendido, ali ao vento
Que ruge forte, destemido, encorajado
A alisar-te a pele de que sou sedento.
Digo-te eu que és palavra esdrúxula
Agudizante de cada sentido morfológico
E síntese de todos os pecados, como a gula
Que me cria a fome de ti. É lógico!
Digo-te eu que não és sequer telhado
Talhado para do meu lar ser cobertura,
Mas sim estrutura e cabouco alicerçado
Sobre um chão arriscado à tremura.
E digo-te eu, sem mais disto haver fim,
Que na competência ideal tudo completas,
Como os números das horas que passas em mim
E no meu pensamento te cravas como setas!
Bruno Torrão
sexta-feira, 6 de julho de 2012
Poema CCXXII - Sobre a tua fisiologia
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