Talvez seja tarde – demasiado! -
Quando a morte abarca cedo,
E vem trazendo em segredo
A crua felicidade a seu lado.
Talvez seja cedo – demasiado cedo! –
Ver esvair-me entre torrões
Sulcados duma terra onde pões
Arduamente teu corpo azedo.
Tarde. Cedo. Cedro. Cipreste...
Vida de vida de cemitério!
Portões largos; ocultem o mistério
Da minha dura vida agreste.
Abertos, altos portões largos,
Confidentes dest’alma enterrada,
Mantenham por eterno afastada
Tal alma que em mim fez estragos.
E que siga por ela seu caminho.
Cedo. Tarde. Eternamente nunca!
Prossiga ele nessa espelunca
Efémero corpo – e sozinho!
Bruno Torrão
29 Set. 05
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