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terça-feira, 2 de novembro de 2010

Poema CLX - Ode do Oriente

Lisboa viu nascer
no seu bairro oriental
Aquilo que devia ser
o novo mundo em Portugal!
A exposição do velho mundo,
que os lusos desbrenharam,
Nasceu de um parque imundo
que os novos ignoraram.
Velhas latas enferrujadas
e lixeiras industriais,
Deram espaço a moradas
às novas tias de Cascais!
Entre lodo e muita lama,
batráquio e insecto,
Fez-se o Centro Vasco da Gama
de que a SONAE tem muito afecto!
Já se namora à beira-rio
e na Doca dos Olivais.
E os casais com o cio
nos Jardins da Água gritam por mais!
Projectou-se o Oceanário,
regalia para as lontras.
Aos visitantes enche o imaginário
e de souvenirs as montras.
Já o teleférico é um encanto,
que mesmo caro dá p’r’andar,
E é como qualquer canto
para o amor se consumar!
O Pavilhão Atlântico é a regalia
para os olhos de quem o visita,
Mas foi, na sua escadaria
que eu, assaltado, fiquei sem guita...
Os Jardins Garcia de Orta
com os bares que o ladeiam,
Toda a gente anda torta
devido aos cheiros que lá vagueiam,
Seja do Tejo que ele surja,
que em certos dias até é fixe,
Porém o odor da água suja
não anula o do haxixe!

Bruno Torrão
26 Set. 05



Este foi o segundo poema onde, num conjunto de Odes, decidira satirizar alguns bairros de Lisboa, tendo sido o primeiro o já aqui apresentado Ode à Decadência, que cai sobre o Bairro Alto.

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