Rabisco uma linha por toda a pele
Pulsada em força e de traço grosso
Como se escrevesse as dores em papel
E as apertasse pujantes ao pescoço.
Cresce-me a falta de ar e agonizo
Os gritos de sofrimento e ansiedade.
A pele já sangra o chão que piso
E beijo em desprezo. Já sem vontade...
Desfio agora a linha que desenhei
Com mais força com que as traço.
Julguei-me fraco e já mal notei
Se era meu ou da morte o abraço
Que me apertava contra o chão.
Deixei-me descansar naquele lugar
Enquanto o tempo vagava a solidão
Que eu próprio quis desenhar.
Bruno Torrão
15 Mai. 07
domingo, 20 de março de 2011
quinta-feira, 10 de março de 2011
Poema CXCVII - Cigarro
Chega de sabor a cigarro de amargo lume bel
Que queimo e agarro e aperto contra a pele
Com a ponta da caneta com que tatuo na alma
O perfil da tua silhueta que corri palma a palma,
Dedo a dedo,
Beijo a beijo...
E passo, a passo, o medo de perto
Onde acerto no desejo da memória que acarreto
No meu ínfimo sentir a tua breve recordação.
E eu que julguei sentir que o tempo voltaria e não,
Não soube como voltar...
Apenas não soube como procurar um caminho certo
Que nos levasse de novo ao sabor suave
Do cigarro que fumávamos em união.
Fique apenas o aroma dos momentos ponteiros
Que tic-tavam a melodia dos nossos corações,
Certeiros,
Que só não acertaram no contratempo.
B. Torrão e M. Palma
07 Mai. 07
Que queimo e agarro e aperto contra a pele
Com a ponta da caneta com que tatuo na alma
O perfil da tua silhueta que corri palma a palma,
Dedo a dedo,
Beijo a beijo...
E passo, a passo, o medo de perto
Onde acerto no desejo da memória que acarreto
No meu ínfimo sentir a tua breve recordação.
E eu que julguei sentir que o tempo voltaria e não,
Não soube como voltar...
Apenas não soube como procurar um caminho certo
Que nos levasse de novo ao sabor suave
Do cigarro que fumávamos em união.
Fique apenas o aroma dos momentos ponteiros
Que tic-tavam a melodia dos nossos corações,
Certeiros,
Que só não acertaram no contratempo.
B. Torrão e M. Palma
07 Mai. 07
terça-feira, 1 de março de 2011
Poema CXCVI - Narcisismo
Sirvo ao mundo como estou.
Pleno duma supra-raiva interior
Onde rasgo a carne e sou
Canibal do meu próprio amor.
Onde me consumo a cada segundo
Em compulsivos desejos carnais.
Onde afogo em sangue profundo
Que oxigeno nas veias arteriais
A paixão de um ser narciso
- Se morrer por mim, aprovo! -
Por saber que de ti já não preciso
Para suportar um mundo novo
Sem a tua presença – inconstante!
Prefiro até que me apeles à lembrança
Como tens feito em cada instante
Na minha memória que já cansa
Em te ter em constante murmurinho.
Toca-me agora, somente, se te peço
Para que me sinta só e, sozinho,
Me embrenhe na solidão que teço.
Bruno Torrão
01 Mai. 07
Pleno duma supra-raiva interior
Onde rasgo a carne e sou
Canibal do meu próprio amor.
Onde me consumo a cada segundo
Em compulsivos desejos carnais.
Onde afogo em sangue profundo
Que oxigeno nas veias arteriais
A paixão de um ser narciso
- Se morrer por mim, aprovo! -
Por saber que de ti já não preciso
Para suportar um mundo novo
Sem a tua presença – inconstante!
Prefiro até que me apeles à lembrança
Como tens feito em cada instante
Na minha memória que já cansa
Em te ter em constante murmurinho.
Toca-me agora, somente, se te peço
Para que me sinta só e, sozinho,
Me embrenhe na solidão que teço.
Bruno Torrão
01 Mai. 07
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