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quinta-feira, 10 de março de 2011

Poema CXCVII - Cigarro

Chega de sabor a cigarro de amargo lume bel
Que queimo e agarro e aperto contra a pele
Com a ponta da caneta com que tatuo na alma

O perfil da tua silhueta que corri palma a palma,
Dedo a dedo,
Beijo a beijo...

E passo, a passo, o medo de perto
Onde acerto no desejo da memória que acarreto
No meu ínfimo sentir a tua breve recordação.

E eu que julguei sentir que o tempo voltaria e não,
Não soube como voltar...

Apenas não soube como procurar um caminho certo
Que nos levasse de novo ao sabor suave
Do cigarro que fumávamos em união.

Fique apenas o aroma dos momentos ponteiros
Que tic-tavam a melodia dos nossos corações,
Certeiros,
Que só não acertaram no contratempo.

B. Torrão e M. Palma
07 Mai. 07

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