Sobras de nós
Sem saber se é raiva ou medo,
Se finco a alma ao teu segredo,
Se me permito ou me prometo,
Por entre as figas dos teus dedos
Finco o corpo ao nosso muro.
Mudo a luz ao que me é escuro
E escapo pelo corpete
Do teu peito que eu seguro.
E lanço à cama, onde perfuro,
O corpo espanto que sustentas
E onde o tempo não assentas
Perdido em murmúrio puro,
Por sermos só sombras que sobrámos
Na pureza avessa dos orgasmos.
Bruno Torrão
Sem comentários:
Enviar um comentário