Não me afectam as despedidas
Por maiores tristezas que tragam.
Ausentes gestos, são acções permitidas,
Que não despertam mais do que feridas.
São gumes de facas que rasgam
Desde a pele à alma palavras proferidas,
Outras atitudes esquecidas,
Outras marcas que em nós fincam
E marcam sem se dar conta
E que com o sarar dos cortes
Se tornam sombra que a mente monta,
Criando espessas muralhas e fortes
Intransponíveis e, por outras sortes,
Nos mal fortunam a quem se apronta
A nos tornar gente que a outros conforte.
Evitar despedidas é um bem preciso.
Nelas se aplica a maior fraqueza,
Do nosso lamento mais conciso
Seja o choro ou apatia ou riso
Ou a imobilidade que é natureza
De quando nos damos ao improviso
Da surpresa da angústia desse adeus.
Na medida em que me aflito
Enquanto racional convicto
Às despedidas e momentos seus
Emocionalmente tudo evito.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário