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domingo, 1 de junho de 2008

Poema LVII - A morte do Anjo

Morreu o anjo da salvação.
Os sinos tocam na televisão,
Enquanto que na aparelhagem
Ouve-se a marcha fúnebre.
Ao longo do rio, na margem,
Deitam-se pétalas ao fundo.

Nas praças acendem-se velas.
Rezam-se orações nas capelas.
Todos choram a sua morte
À porta da casa onde vivia.
Todos esperam com sorte
De que venha a renascer um dia.

Nas noites de luar intenso,
Queimam-se paus de incenso
Para avivar a sua alma.
Pede-se saúde para o lar,
Muita alegria, dinheiro e calma.
E fé, para continuar a acreditar

No anjo da salvação dos nossos seres.
Pede-se igualdade para homens e mulheres.
Entreajuda e paz para todos os povos,
Mais respeito para os velhos,
Educação para os mais novos,
E surdez aos maus conselhos.

Protecção à família inteira,
Morte ao racismo de qualquer maneira.
Pelos pecados pede-se perdão,
E orgulho nacional.
Vêem no anjo da salvação
O Futuro de Portugal.

Bruno Torrão
00/06/20



Porque a exumação de uma fé leva sempre ao nascimento de outra, mesmo que cumpra linhas semelhantes.
A adoração a algo que de facto já não existe, pode fazer cumprir-se, ainda, neste poema. Foram estas algumas das ilacções que me surgiram aquando da escrita desta composição.
Até mesmo o retrato de uma mediatização exarcebada sobre as coisas que, porventura, até nem têm muito de o ser...

Escolham a que preferem, ou retirem as vossas próprias conclusões. As sugestões são sempre bem aceites!

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