Procuro na calma de um cigarro,
Longo e suave pela manhã,
A calma que quero e não agarro,
E que me atormenta a mente sã.
Procuro numa música suave
A calma que tenho e não aceito...
A calma que me atormenta como um encrave,
Que me persegue enquanto não me deito.
Procuro num poema triste
Entender porque não me sinto feliz.
Para isso este poema existe,
Que descreve a calma que tive e não quis...
Bruno Torrão
17 Mar.'04
sexta-feira, 30 de janeiro de 2009
segunda-feira, 26 de janeiro de 2009
Poema C - Ao acaso
Ao acaso construí o mundo,
O qual ao acaso desmoronei.
Inundou-me o mal profundo,
Profano divino que criei.
Ao acaso deitei-me em águas,
De brilho cristalino e reluzente.
Ao acaso afoguei-me em mágoas
Tristes como eu sinto, somente.
Ao acaso deleito desapareci,
Deixando ao mundo a minha saudade.
E hoje, ao acaso aqui escrevi,
Na fonte da minha insanidade,
A carta que ao acaso vos deixei.
Poema que ao acaso irão ler,
Aqueles que por mero acaso me dei,
Que, por acaso, não mais me irão ver!
Bruno Torrão
14 Mar.'04
O qual ao acaso desmoronei.
Inundou-me o mal profundo,
Profano divino que criei.
Ao acaso deitei-me em águas,
De brilho cristalino e reluzente.
Ao acaso afoguei-me em mágoas
Tristes como eu sinto, somente.
Ao acaso deleito desapareci,
Deixando ao mundo a minha saudade.
E hoje, ao acaso aqui escrevi,
Na fonte da minha insanidade,
A carta que ao acaso vos deixei.
Poema que ao acaso irão ler,
Aqueles que por mero acaso me dei,
Que, por acaso, não mais me irão ver!
Bruno Torrão
14 Mar.'04
Ainda que na altura não fizesse a contagem dos meus poemas (e ainda embora acredite que esta contagem não esteja 100% correcta, porque afinal aquilo que nunca acabei por finalizar considero na mesma poesia) este centésimo poema parece que veio mesmo ser o ponto final. Uma carta suicida, quiçá. talvez fosse mesmo isso que eu quisesse na altura em que o escrevi. Talvez...
domingo, 18 de janeiro de 2009
Especial: Na hora do chá VII
Uma partida com um quarto de século mas uma saudade com mais idade que isso...
Sonata de Outono
Inverno não ainda mas Outono
a sonata que bate no meu peito
poeta distraído cão sem dono
até na própria cama em que me deito.
Acordar é a forma de ter sono
o presente o pretérito imperfeito
mesmo eu de mim próprio me abandono
se o rigor que me devo não respeito.
Morro de pé, mas morro devagar.
A vida é afinal o meu lugar
e só acaba quando eu quiser.
Não me deixo ficar. Não pode ser.
Peço meças ao Sol, ao céu, ao mar
pois viver é também acontecer.
Ary dos Santos
Sonata de Outono
Inverno não ainda mas Outono
a sonata que bate no meu peito
poeta distraído cão sem dono
até na própria cama em que me deito.
Acordar é a forma de ter sono
o presente o pretérito imperfeito
mesmo eu de mim próprio me abandono
se o rigor que me devo não respeito.
Morro de pé, mas morro devagar.
A vida é afinal o meu lugar
e só acaba quando eu quiser.
Não me deixo ficar. Não pode ser.
Peço meças ao Sol, ao céu, ao mar
pois viver é também acontecer.
Ary dos Santos
sexta-feira, 16 de janeiro de 2009
Poema XCIX - Alverca, cidade minha
Sou teu filho em corpo e alma,
Cidade dona do meu ser.
Em cada vida espalhas calma,
De quem vive por te querer.
Estarás sempre em cada verso
Que a minha caneta escrever,
Mesmo que sendo controverso
Sei que estás no meu viver.
Alverca, cidade, és minha vida
Possuo em ti todo o saber.
Alverca na noite esquecida,
Vem junto de mim te aquecer.
Alverca sonha comigo imenso
Um sonho fácil de buscar.
Alverca de calor intenso,
És a minha essência, és o meu lutar.
Bruno Torrão
16 Fev. '04
Cidade dona do meu ser.
Em cada vida espalhas calma,
De quem vive por te querer.
Estarás sempre em cada verso
Que a minha caneta escrever,
Mesmo que sendo controverso
Sei que estás no meu viver.
Alverca, cidade, és minha vida
Possuo em ti todo o saber.
Alverca na noite esquecida,
Vem junto de mim te aquecer.
Alverca sonha comigo imenso
Um sonho fácil de buscar.
Alverca de calor intenso,
És a minha essência, és o meu lutar.
Bruno Torrão
16 Fev. '04
sexta-feira, 9 de janeiro de 2009
Poema XCVIII - Senhora Altiva
Quem te viu nascer mourisca
Não te sonhava altiva,
E cá quem passa lava a vista
Com teus olhares de diva.
Tão depressa que te fogem
Para além da quarta légua.
Mas no regresso te acolhem,
Senhora de esquadro e régua!
Deitada ao longo do vale,
A braços com o Tejo,
Dona dum sonho real...
Antiga senhora do Ribatejo.
Calças de prata as águas
Que beijam teu vestido verde
Da Alfarrobeira das mágoas,
Criadas por D. Pedro...
Quiseste tu ser um dia,
Cinzenta cor de tristeza,
Mas em ti reina a alegria,
A vivacidade e a beleza.
Das ruínas que te criaram,
Controlavas a piedade.
Dos peregrinos que a cá marchavam,
Levavam sempre saudade!
Bruno Torrão
16 Fev. '04
Não te sonhava altiva,
E cá quem passa lava a vista
Com teus olhares de diva.
Tão depressa que te fogem
Para além da quarta légua.
Mas no regresso te acolhem,
Senhora de esquadro e régua!
Deitada ao longo do vale,
A braços com o Tejo,
Dona dum sonho real...
Antiga senhora do Ribatejo.
Calças de prata as águas
Que beijam teu vestido verde
Da Alfarrobeira das mágoas,
Criadas por D. Pedro...
Quiseste tu ser um dia,
Cinzenta cor de tristeza,
Mas em ti reina a alegria,
A vivacidade e a beleza.
Das ruínas que te criaram,
Controlavas a piedade.
Dos peregrinos que a cá marchavam,
Levavam sempre saudade!
Bruno Torrão
16 Fev. '04
Como já tinha referido, talvez por outras palavras, sou um tanto-quanto bairrista. Defendo Alverca como se não houvesse outro sítio! Como tal, era incrédulo que não tivesse ainda escrito nada sobre Alverca.
Pois foi então, na noite de 16 de Fevereiro de 2004 que, enquanto relia um trabalho para o curso sobre as potencialidades turísticas de Alverca, que me sairam dois poemas. Um em quadras, mais popular, o outro mais irregular e pessoal.
Pois foi então, na noite de 16 de Fevereiro de 2004 que, enquanto relia um trabalho para o curso sobre as potencialidades turísticas de Alverca, que me sairam dois poemas. Um em quadras, mais popular, o outro mais irregular e pessoal.
domingo, 4 de janeiro de 2009
Poema XCVII - Indiferente
Comprei um livro de magia,
Aprendi a lançar mau-olhado.
Atei três cordas à tua fotografia,
Para te manter afastado.
Jurei por maior segredo
Nunca mais pensar em ti,
Ficarás num baú guardado,
Ao mar futuramente lançado,
Do qual as chaves eu perdi!
Hoje recordo-te com tristeza
Mas em força passo-te à frente.
Não quero mais saber da tua beleza!
Hoje, graças a ti, passas-me indiferente!
Bruno Torrão
18 Jan. '04
Aprendi a lançar mau-olhado.
Atei três cordas à tua fotografia,
Para te manter afastado.
Jurei por maior segredo
Nunca mais pensar em ti,
Ficarás num baú guardado,
Ao mar futuramente lançado,
Do qual as chaves eu perdi!
Hoje recordo-te com tristeza
Mas em força passo-te à frente.
Não quero mais saber da tua beleza!
Hoje, graças a ti, passas-me indiferente!
Bruno Torrão
18 Jan. '04
sábado, 3 de janeiro de 2009
Poema XCVI - Procura
A minha procura por ti é inesgotável
Issaciante... interminável
Pena que não possa ser só por momentos
E ter de a levar em grandes tormentos
Para a eternidade dentro de mim.
Bruno Torrão
s.d.
Issaciante... interminável
Pena que não possa ser só por momentos
E ter de a levar em grandes tormentos
Para a eternidade dentro de mim.
Bruno Torrão
s.d.
Este é um dos exemplos que referi no post anterior.
Poemas curtos, alguns deles sem serem sequer datados devido à intenção de os poder vir a terminar, embora saiba desde há muitos anos que, assim que largo um poema, não lhe volto a tocar.
Ficam assim, inacabados!
Poemas curtos, alguns deles sem serem sequer datados devido à intenção de os poder vir a terminar, embora saiba desde há muitos anos que, assim que largo um poema, não lhe volto a tocar.
Ficam assim, inacabados!
sexta-feira, 2 de janeiro de 2009
Poema XCV - Sem dormir
Sem dormir... seguras-me a mão.
Lugares estranhos correm-me na mente...
O amor estagna... eu sei que não,
Não! Não voltaremos novamente...
E eu tento soltar-me... Não consigo.
Não quero sequer...
O pensamento torna-se meu inimigo
Do qual não consegues desaparecer...
Bruno Torrão
21 Nov. '03
Lugares estranhos correm-me na mente...
O amor estagna... eu sei que não,
Não! Não voltaremos novamente...
E eu tento soltar-me... Não consigo.
Não quero sequer...
O pensamento torna-se meu inimigo
Do qual não consegues desaparecer...
Bruno Torrão
21 Nov. '03
Nesta altura, recordo-me, muitos foram os poemas que acabei por não terminar. Muitos porque não queria, outros porque os achava demasiado curtos. Só depois me apercebi que não precisava disso!
quinta-feira, 1 de janeiro de 2009
Poema XCIV - Partida
Em Coimbra
A minha alma anda parva!
Toda ela se alaga em mágoas
E distorce a informação
Enviada para o corpo.
O meu ser anda doido!
Todo ele se deita em águas
Vermelhas oriundas do coração
Que não se endireita e bate torto
Num compasso desritmado
Ao som de uma balada.
Aconteça o que acontecer
Eu vou-te amar...
Até ao fim do tempo.
E um dia voarei, para o nada...
Sou infeliz... nada há a temer!
Basta partir para outro lugar...!
Bruno Torrão
03 Out. '03
E o filme desta altura era "Moulin Rouge"... Não se percebe?
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