O qual ao acaso desmoronei.
Inundou-me o mal profundo,
Profano divino que criei.
Ao acaso deitei-me em águas,
De brilho cristalino e reluzente.
Ao acaso afoguei-me em mágoas
Tristes como eu sinto, somente.
Ao acaso deleito desapareci,
Deixando ao mundo a minha saudade.
E hoje, ao acaso aqui escrevi,
Na fonte da minha insanidade,
A carta que ao acaso vos deixei.
Poema que ao acaso irão ler,
Aqueles que por mero acaso me dei,
Que, por acaso, não mais me irão ver!
Bruno Torrão
14 Mar.'04
Ainda que na altura não fizesse a contagem dos meus poemas (e ainda embora acredite que esta contagem não esteja 100% correcta, porque afinal aquilo que nunca acabei por finalizar considero na mesma poesia) este centésimo poema parece que veio mesmo ser o ponto final. Uma carta suicida, quiçá. talvez fosse mesmo isso que eu quisesse na altura em que o escrevi. Talvez...
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