Miro a fuga da vida, para trás,
Como uma estrada que se finda,
Já corrida, que me traz
A lembrança em que perduram ainda
Pedaços da tua figura, sozinha,
Esquartilhada num chão escuro.
Esqueço o resto. Tudo. A minha,
Pobre coitada, apenas lanço ao muro,
Imponente, forte e deslavado,
Na ânsia que tenho de me quebrar.
Sinto-me perdido, preso, apanhado...
Das ideias. Da ideias de me acabar.
Bruno Torrão
30 Maio 05
sábado, 31 de julho de 2010
terça-feira, 27 de julho de 2010
Poema CLIII - Dor
Corpo vivo, corpo estranho,
Dor maior que todo o tamanho.
Dói mais a dor da vida vivida,
Que a dor da eterna despedida,
Que sempre que vem, é da hora.
Não como aquela que trago agora,
Que é esta dor de vida vivida
Mais dolente que a eterna despedida.
Habita em mim tal dor sofrida,
Dor maior que é sempre seguida.
Assim é a dor de vida vivida
Mais mortal que a da eterna despedida.
Sofreguidão que meu ser alcança,
E para a eterna despedida me lança,
Por ser maior a dor da vida vivida.
Mais sofrida que a da eterna despedida...
Bruno Torrão
27 Mai. 05
Dor maior que todo o tamanho.
Dói mais a dor da vida vivida,
Que a dor da eterna despedida,
Que sempre que vem, é da hora.
Não como aquela que trago agora,
Que é esta dor de vida vivida
Mais dolente que a eterna despedida.
Habita em mim tal dor sofrida,
Dor maior que é sempre seguida.
Assim é a dor de vida vivida
Mais mortal que a da eterna despedida.
Sofreguidão que meu ser alcança,
E para a eterna despedida me lança,
Por ser maior a dor da vida vivida.
Mais sofrida que a da eterna despedida...
Bruno Torrão
27 Mai. 05
sábado, 24 de julho de 2010
Poema CLII - Latitude
Nunca te tive
Mas já te sinto perdido.
Cada espelho que olho
Vejo o mundo partido.
Viajo na loucura
Onde não tenho retorno.
Vou chorando a vida
Emerso em transtorno.
Provoco a amargura
Ao te trazer na lembrança.
Recordo o teu sorriso
Para não perder a esperança.
Ocupo a minha cama
Como um corpo já morto.
Revejo-me num barco
Procurando o teu porto
Que já perdeu o Norte,
Tão perto do farol.
Procuro-te na noite,
Em vão, porque és Sol.
Um Sol que tanto brilha
Num outro lado do Mundo.
Por mais que a Terra gire
E rode num só segundo,
A tua latitude
Não coincide com a minha.
E a nossa longitude,
Essa, será sempre sozinha.
Bruno Torrão
23 Maio 05
Mas já te sinto perdido.
Cada espelho que olho
Vejo o mundo partido.
Viajo na loucura
Onde não tenho retorno.
Vou chorando a vida
Emerso em transtorno.
Provoco a amargura
Ao te trazer na lembrança.
Recordo o teu sorriso
Para não perder a esperança.
Ocupo a minha cama
Como um corpo já morto.
Revejo-me num barco
Procurando o teu porto
Que já perdeu o Norte,
Tão perto do farol.
Procuro-te na noite,
Em vão, porque és Sol.
Um Sol que tanto brilha
Num outro lado do Mundo.
Por mais que a Terra gire
E rode num só segundo,
A tua latitude
Não coincide com a minha.
E a nossa longitude,
Essa, será sempre sozinha.
Bruno Torrão
23 Maio 05
sexta-feira, 23 de julho de 2010
Poema CLI - Ergo
Jamais poderá alguém definir,
Tão melhor que eu, o significado
Duma palavra tão difícil de sentir,
Pelos outros de sentido tão errado.
Quem com ela vive, julgam louco,
Por adorá-la tão majestosamente.
Solidão, vive-se tanto e tampouco,
Num imenso mundo dolente...
Vivo eu nesse efémero mundo,
Mundano, imundo e insensato,
Mas feliz por ser único e profundo,
Espelho de mim e do meu abstracto.
Solitário, a mim mesmo me declaro,
Protegido pelas muralhas do meu ser.
Ergo, em mim, a força que amparo
Dum mundo que não me sabe entender.
Bruno Torrão
17 Abr. 05
Tão melhor que eu, o significado
Duma palavra tão difícil de sentir,
Pelos outros de sentido tão errado.
Quem com ela vive, julgam louco,
Por adorá-la tão majestosamente.
Solidão, vive-se tanto e tampouco,
Num imenso mundo dolente...
Vivo eu nesse efémero mundo,
Mundano, imundo e insensato,
Mas feliz por ser único e profundo,
Espelho de mim e do meu abstracto.
Solitário, a mim mesmo me declaro,
Protegido pelas muralhas do meu ser.
Ergo, em mim, a força que amparo
Dum mundo que não me sabe entender.
Bruno Torrão
17 Abr. 05
domingo, 18 de julho de 2010
Poema CL - Mais forte que ele
Estou bem tão só... Esquecido.
Num quarto onde o sol, proibido,
Não entra por mais destemido
Que seja. Sou mais forte que ele!
Vive só, num mundo astral.
Atrai a si todo o que se move.
Num raio solar aquece o mal
Que na terra de si se comove.
Vivo só, num mundo estranho.
Atraio a mim o que não quero.
Num raio de sonhos, tudo apanho.
Luz, cor, tristeza e desespero.
Estou bem tão só... Perdido.
Num quarto, onde ainda proibido,
O sol não ousa em ter-me aquecido
O mal. Porque sou mais forte que ele!
Bruno Torrão
16 Abr. 05
Num quarto onde o sol, proibido,
Não entra por mais destemido
Que seja. Sou mais forte que ele!
Vive só, num mundo astral.
Atrai a si todo o que se move.
Num raio solar aquece o mal
Que na terra de si se comove.
Vivo só, num mundo estranho.
Atraio a mim o que não quero.
Num raio de sonhos, tudo apanho.
Luz, cor, tristeza e desespero.
Estou bem tão só... Perdido.
Num quarto, onde ainda proibido,
O sol não ousa em ter-me aquecido
O mal. Porque sou mais forte que ele!
Bruno Torrão
16 Abr. 05
sábado, 17 de julho de 2010
Poema CXLIX - Estranho
Estranho é voltar a adormecer
Com um sorriso nos lábios desenhado.
Estranho é voltar a reviver
Sentimentos que julguei ser do passado.
Estranho é voltar a acordar
Com o pensamento em ti colado.
Estranho é voltar a suspirar
Como qualquer homem apaixonado.
Estranho seria não te ter paixão...
Não pensar em ti, não te gostar!
Não te guardar, a ti, no coração,
Não te querer. Não te adorar!
Por agora tanto te adorar ando estranho!
Sinto sentimentos que julgava findados...
Mas renasceram, por ti, em grande tamanho,
Que neste tempo, para ti, estiveram guardados!
Bruno Torrão
14 Mar. 05
Com um sorriso nos lábios desenhado.
Estranho é voltar a reviver
Sentimentos que julguei ser do passado.
Estranho é voltar a acordar
Com o pensamento em ti colado.
Estranho é voltar a suspirar
Como qualquer homem apaixonado.
Estranho seria não te ter paixão...
Não pensar em ti, não te gostar!
Não te guardar, a ti, no coração,
Não te querer. Não te adorar!
Por agora tanto te adorar ando estranho!
Sinto sentimentos que julgava findados...
Mas renasceram, por ti, em grande tamanho,
Que neste tempo, para ti, estiveram guardados!
Bruno Torrão
14 Mar. 05
quinta-feira, 15 de julho de 2010
Poema CXLVIII - Maior que eu
Sinto o coração maior que o peito!
Sinto-me mais que tudo... tão feliz,
Tão tudo, maior que eu, tão satisfeito!
Sinto-te tão perto, como sempre quis!
Bruno Torrão
11 Mar. 05
Sinto-me mais que tudo... tão feliz,
Tão tudo, maior que eu, tão satisfeito!
Sinto-te tão perto, como sempre quis!
Bruno Torrão
11 Mar. 05
sábado, 10 de julho de 2010
Poema CXLVII - Só por ti
Derretem-se meus olhos por ti,
Como se derretem velas ao calor.
Por ti derretia os pólos, só por ti,
Por de ti ter tanto e tanto amor.
Prendem-se meus olhos por ti,
Como se prendem âncoras ao mar.
Por ti prendia a lua, só por ti,
Por tanto e tanto adorares o luar.
Descansam meus olhos por ti,
Como descansam as estrelas no céu.
Por ti descansava, eterno, só por ti,
Num tão grande céu só teu e meu!
Bruno Torrão
10 Mar. 05
Como se derretem velas ao calor.
Por ti derretia os pólos, só por ti,
Por de ti ter tanto e tanto amor.
Prendem-se meus olhos por ti,
Como se prendem âncoras ao mar.
Por ti prendia a lua, só por ti,
Por tanto e tanto adorares o luar.
Descansam meus olhos por ti,
Como descansam as estrelas no céu.
Por ti descansava, eterno, só por ti,
Num tão grande céu só teu e meu!
Bruno Torrão
10 Mar. 05
sexta-feira, 9 de julho de 2010
Poema CXLVI - Vertigens
Estas mentes andam doentes
E eu delas me vou rindo!
Tanto me rio eu, entre dentes,
Enquanto de mim elas vão fugindo!
A calamidade, minha gente, aí está!
Vem chegando, passo a passo,
E por mais que fujam, não dá...
Ela agarrar-vos-à em pouco espaço!
Tenho pena de vós... meus queridos,
Que tanto me subjugaram nesta vida!
Chamaram-me louco, pobres enraivecidos,
Julgando que pobre alma seria vencida!
Vejo-vos eu, agora, caírem a pique,
Em altitude tal só vertiginosa de pensar.
Arrepia-me a pele num curto click.
E o vosso mundo finda tão devagar...
Bruno Torrão
07 Mar. 05
E eu delas me vou rindo!
Tanto me rio eu, entre dentes,
Enquanto de mim elas vão fugindo!
A calamidade, minha gente, aí está!
Vem chegando, passo a passo,
E por mais que fujam, não dá...
Ela agarrar-vos-à em pouco espaço!
Tenho pena de vós... meus queridos,
Que tanto me subjugaram nesta vida!
Chamaram-me louco, pobres enraivecidos,
Julgando que pobre alma seria vencida!
Vejo-vos eu, agora, caírem a pique,
Em altitude tal só vertiginosa de pensar.
Arrepia-me a pele num curto click.
E o vosso mundo finda tão devagar...
Bruno Torrão
07 Mar. 05
terça-feira, 6 de julho de 2010
Poema CXLV - Nas colheres
São as pessoas assemelhadas
Às colheres que tenho no faqueiro;
Umas são brilhantes. Prateadas!
Outras de plástico. Do barateiro.
Quando olho para elas, que vejo,
O côncavo interior desfalcado,
Lembro-me de mim, e nelas revejo,
O meu interior todo alterado.
Porém, miro então o outro lado,
E atento, então, o convexo exterior.
Tudo normal! No sítio bem colocado,
Faz lembrar um mundo de esplendor!
No entanto, o mais importante,
E nem por muitos lembrado,
É que o côncavo mais perturbante,
É, dos dois, o mais bem desenhado.
Pois tão bem suporta no seu pedaço
Os mais gélidos cubos de gelo,
Como amontoa em tão pouco espaço
Um aninhado infinito de quente pelo.
Bruno Torrão
04 Mar. 05
Às colheres que tenho no faqueiro;
Umas são brilhantes. Prateadas!
Outras de plástico. Do barateiro.
Quando olho para elas, que vejo,
O côncavo interior desfalcado,
Lembro-me de mim, e nelas revejo,
O meu interior todo alterado.
Porém, miro então o outro lado,
E atento, então, o convexo exterior.
Tudo normal! No sítio bem colocado,
Faz lembrar um mundo de esplendor!
No entanto, o mais importante,
E nem por muitos lembrado,
É que o côncavo mais perturbante,
É, dos dois, o mais bem desenhado.
Pois tão bem suporta no seu pedaço
Os mais gélidos cubos de gelo,
Como amontoa em tão pouco espaço
Um aninhado infinito de quente pelo.
Bruno Torrão
04 Mar. 05
segunda-feira, 5 de julho de 2010
Poema CXLIV - Incertezas
Um cigarro e música calma.
Uma vela em cima da mesa.
Tormentas bailam-me a alma.
Na cabeça reina a incerteza.
Lá fora a chuva comanda.
Cá dentro o quarto arrefece.
O batimento cardíaco abranda.
O futuro, esse, se esquece.
O pensamento sinto-o quebrado.
A noite parece ser tão escura.
As recordações levam-me ao passado.
A lua, agora, nem parece tão pura.
A minha vida desfaz-se em pó.
Agora o ar é ofegante de tão quente.
Gosto assim, de estar tão só,
Mas não longe de toda a gente.
Bruno Torrão
27 Fev. 05
Uma vela em cima da mesa.
Tormentas bailam-me a alma.
Na cabeça reina a incerteza.
Lá fora a chuva comanda.
Cá dentro o quarto arrefece.
O batimento cardíaco abranda.
O futuro, esse, se esquece.
O pensamento sinto-o quebrado.
A noite parece ser tão escura.
As recordações levam-me ao passado.
A lua, agora, nem parece tão pura.
A minha vida desfaz-se em pó.
Agora o ar é ofegante de tão quente.
Gosto assim, de estar tão só,
Mas não longe de toda a gente.
Bruno Torrão
27 Fev. 05
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