Aguardo o anúncio com ansiedade,
De que tudo está, finalmente, terminado.
Não morro velho. Estou na flor da idade.
Mas estou gasto... Deus quanto estou fraco!
A sanidade mental vejo-a minguar
A cada dia que me olho de manhã.
Era jovem e vivo. Era a Primavera a cantar!
Estou morto e velho, já não sei, sequer, pensar!
Vivo agora pendurado numa infelicidade sã...
Murmúrios solto entre as neblinas,
Confidentes secretas que agora guardo,
Todas as noites, junto das cortinas,
Que me cerram a luz como um resguardo.
Porque agora, em mim, só as trevas trago,
E só elas manejo com todo fervor.
Estou morto, velho, doente e gasto.
De que me vale o sorriso sem calor
Que lanço ao espelho. Logo me afasto!
Que as almas que penam não têm rasto...
Bruno Torrão
08 Dez.'04
Este é, sem dúvida, um dos meus "poemas-maior" - os que assim apelido de predilectos. Cheguei, em tempos já idos, sabê-lo de cor, e raro é o que saiba, senão mesmo nenhum, hoje em dia.
E hoje sinto-me ligeiramente assim. Por vezes chego a pensar que me sinto sempre assim! Gasto!
E hoje sinto-me ligeiramente assim. Por vezes chego a pensar que me sinto sempre assim! Gasto!
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