Se eu lançasse um dia, ao mundo, meu chorar
E num segundo seguinte me esfumasse,
Dava tudo para ver, dum mundo que me tapasse
Do resto, o quanto por mim ouvia gritar.
Certo que pouco. Certo que nada.
Certo me mataria mais ainda, desgostado,
Ao saber que no mundo que tudo fiz, enganado,
O que deixei foi o vazio e a obra malfadada.
Prefiro, então, manter-me calado. Iludido...
Não choro. Não grito. Não fujo...
Permaneço neste mundo imenso e sujo,
Onde o meu mal a todos passa despercebido.
Prefiro ser louco e por todos aclamado,
Fingir o meu sorriso aos que o desejam.
Mas é quando fico só, num sítio que não me vejam,
Que a solidão me aparta e me mima o fado.
Bruno Torrão
23 Dez.'04
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário