Gostava tanto de chorar
Por coisas sem razão,
Ou por não a ter.
Adorava poder soltar
O que me vai no coração,
Mas gritar e não escrever.
Então grito em surdina
Sem as lágrimas deixar sair
Dos olhos molhados de tristeza,
Ou d'alegria, desta sina
Que só sabe escrever e rir
Que não fala quando tem a certeza.
Oiço toda a gente a falar,
Desabafar, a sorrir para mim
Na esperança de me ouvir.
Mas a boca só me faz calar
E ouvir do princípio ao fim
Sem me deixar intervir.
Mas não consigo expulsar
O que me caminha em meu peito.
E então volto a escrever...
E mais um dia sem chorar.
E mais uma noite em que me deito
Com a dor causado pelo não saber.
Bruno Torrão
00/01/12
sábado, 17 de maio de 2008
Poema XLII - O porquê da dor
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