Para lá da porta que acabei de fechar
Fica um mundo intenso,
Um lugar imenso,
Cheio de amor e de gente que sabe amar.
Deste lado, onde estou,
Fica um mundo solitário,
Que não alimenta o imaginário
De quem alguma vez amou.
É onde nasce o sol, deste lado,
De manhã, ainda frio,
E onde nasce de lágrimas um rio,
Água aquecida dum coração gelado!
Aqui a noite aparece em primeiro.
Filha do silêncio e da solidão,
Onde quem age é a recordação
De um amor que não fica prisioneiro.
E a recordação, maldita
Só me deixa chorar
E sofrer, e gritar
Mas ninguém ouve quem grita
Pois o grito é camuflado
Pelas alegrias do dia-a-dia.
E quando chega a noite fria
Torna-se o destino amargurado.
Bruno Torrão
00/05/17
domingo, 25 de maio de 2008
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1 comentário:
gostei particularmente da terceira estrofe:
É onde nasce o sol, deste lado,
De manhã, ainda frio,
E onde nasce de lágrimas um rio,
Água aquecida dum coração gelado!
em vez de coração gelado eu escreveria coração de gelo, mas acho que te estavas a referir ao corneto da olá... nata!? tudo bem.
uma vez escrevi:
Sou filho do tempo
Herdeiro da solidão...
e pergunto-me agora se terei de dividir a herança com a noite, visto ela ser filha legítima... só me dás desgostos, tu!
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