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Este blog nunca se irá encontrar escrito ao abrigo do (des)Acordo Ortográfico de 1990!

domingo, 25 de maio de 2008

Poema L - Deste lado

Para lá da porta que acabei de fechar
Fica um mundo intenso,
Um lugar imenso,
Cheio de amor e de gente que sabe amar.

Deste lado, onde estou,
Fica um mundo solitário,
Que não alimenta o imaginário
De quem alguma vez amou.

É onde nasce o sol, deste lado,
De manhã, ainda frio,
E onde nasce de lágrimas um rio,
Água aquecida dum coração gelado!

Aqui a noite aparece em primeiro.
Filha do silêncio e da solidão,
Onde quem age é a recordação
De um amor que não fica prisioneiro.

E a recordação, maldita
Só me deixa chorar
E sofrer, e gritar
Mas ninguém ouve quem grita

Pois o grito é camuflado
Pelas alegrias do dia-a-dia.
E quando chega a noite fria
Torna-se o destino amargurado.

Bruno Torrão
00/05/17

1 comentário:

Ricardo Reis disse...

gostei particularmente da terceira estrofe:

É onde nasce o sol, deste lado,
De manhã, ainda frio,
E onde nasce de lágrimas um rio,
Água aquecida dum coração gelado!

em vez de coração gelado eu escreveria coração de gelo, mas acho que te estavas a referir ao corneto da olá... nata!? tudo bem.


uma vez escrevi:

Sou filho do tempo
Herdeiro da solidão...

e pergunto-me agora se terei de dividir a herança com a noite, visto ela ser filha legítima... só me dás desgostos, tu!