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segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Poema CLXXIII - Partida

Tanto que demora a tua partida
Para longe de dentro de mim.
O céu já se tinge nele de carmim,
E os teus olhos ainda têm vida
No céu que olho e não tem fim,
E onde estrelas me brilham guarida.

Pedaço de terra dura e seca, tu,
Que não deixas desistir-me de ti...
Sol que me apodrece o naco cru
É veneno que queima e mata aqui,
No meu espaço, vestido de pele. Nu!
Sem proteger o meu corpo que perdi

Junto à tua alma o espírito. Elevou-se!
Longe vai já. Bifurcado o caminho
Onde a passo e passo fico mais sozinho...
Tanto demora a partida... Acabou-se!
Quero mais é que partas em desalinho
Com uma vida que partiste. E quebrou-se!

Bruno Torrão
07 Jul. 06

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