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quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Poema CLXXVI - As galinhas

Bipatadas de frágil olhar
Corpo largo e bico afiado
Vão como loucas a cacarejar
As galinhas a meu lado

Bicam nas outras sem razão
No maior dos alaridos
Falam do pato e do falcão,
Dos frangos e dos maridos

Debicam no milho light
Contraceptivo e diurético
Correm loucas num “vem e vai-te”
Sempre com ar patético

Invejam galos e humanos
E as pegas que pegam brilho.
Alçam as penas em rascos panos
Comprados em saldos e grande estrilho

São assim as galinhas que aqui indico
Que comigo partilham o espaço
Que têm lábios em vez de bico
E em vez de asa têm braço!

Bruno Torrão
26 Jul. 06



Este é um dos mais cómicos poemas que alguma vez escrevi. Nasceu numa curta viagem de comboio entre Alverca e Sacavém (confesso que até foi assim que a maioria dos que escrevi entre 2003 e 2006 acabaram por se formar), quando num repente me enervava enquanto lia, com uma qualquer conversa parola entre três senhoras que se sentavam ao meu redor.

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