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Este blog nunca se irá encontrar escrito ao abrigo do (des)Acordo Ortográfico de 1990!

segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Átomos

Átomos 

Como se te despisses em alvoroço
Na ideia de te mostrares por inteiro,
Sem pele, sem carne, sem osso,
Só a fusão da ideia em grosso
De que tudo em ti é meu terreiro,

É meu terreno, meu campo vasto
Sem fim à vista, princípio ou meio,
Nem tempo ganho, nem tempo gasto,
Somente um corpo por onde repasto
Sem ter noção de onde me veio.

Como sombras na parede deslizámos,
Cientes que nem físico táctil oferecemos
Neste baile de corpos que apagámos
Das mentes, onde apenas encontrámos
Átomos incandescentes, por outros termos,

Faíscas fulgurantes sem trilho algum,
Num caminho desenhado em espasmos
E sobressaltos de prazer comum.
Como se nos despíssemos para sermos um
Só para sermos dois orgasmos. 

Bruno Torrão

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Amor de uma só hora



Amor de uma só hora (esquecimento) 

E como se nunca nos houvéssemos cruzado
Rasgamos o caminho – cada um o seu –
Como dois pêndulos num relógio parado
Certeiros de que no tempo nada aconteceu,

Nada permanecerá num passado que houver,
Nem mesmo um tempo perdido que seja.
Recordaremos em branco se o que vier
À memória realmente preveja

A lembrança de algum momento vivido.
Meu amor de uma só hora, esquece!
Tudo do que nada que tenha acontecido
Dever-te-á marcar do que no futuro acontece

E tu, amor que foste de uma hora só,
Não mais te recordarás dessa hora gasta
A amar uma hora que se fez de si pó,
Que até a memória no esquecimento se desgasta.

Bruno Torrão