Barrote
Sinto estranho o corpo. Vazio!
Longe de mim. Desesperado.
Como algo que corre desalmado
Em busca dum lugar sombrio,
Deslocado, sem se encontrar.
Sinto vazia a alma. Estranha!
Longe do corpo que a emaranha
Em estranhas teias de sufocar.
Aperta-me o peito. Sufoca!
Vida por morte. Troca por troca.
Levo a sina a jogar-me o destino,
E, tão rápido, meu corpo cristalino
De pedras preciosas e sal puro,
Afoga-se no mar como barrote duro!
Bruno Torrão
Sem comentários:
Enviar um comentário