Servo
Icem-no às chamas! Queimem-no vivo, antes que morra!
Embora saibamos todos que ele é fénix e vampiro
Suga-nos do corpo todo o sangue que nele corra
Mas renasce sempre que morre! Por isso sugiro
Icem-no às chamas! Queimem-no até ver dele as entranhas
A fervilhar como lava saída dum vulcão activo.
Não prometo, no entanto, entre as suas façanhas,
Que volte a surgir como quando o cremos fugitivo.
Quero mais que ele arda por entre as chamas que me lançou
E ao meu corpo enfeitiçaram sendo dele seu servo.
Subjugado a si, pelos espinhos o corpo se arrastou,
Subjugado a si, pelos espinhos o corpo se arrastou,
Largando pelos caminhos de mim cada osso e nervo.
Que arda em paz e não mais retorne aonde já passou
Essa monstruosidade a que muitos ainda se curvam,
Mas que das cinzas renasça um dia, pois quem sou,
Não viverei sem o brilho nos meus olhos que turvam.
Bruno Torrão
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