Espelho da luz
Nada mais me resta senão,
Este parco cabelo sobre a testa
E os vincos que nela me marcam
As más emoções que a vida empresta
E mais a farta barba descuidada
E o vago olhar que me assinala
E mais uma manta rasgada
Que me cobre o corpo frio nesta sala
E mais um espelho rachado em cruz
Que me permite apenas ver a tristeza
Que entre nós habita, quando há luz!
Que às escuras, no espelho, há a certeza
De que nada na vida existe.
Nem mesmo o que se pensa triste.
Apago a luz.
Bruno Torrão
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