Da perda ainda encontrada
Vim de um corpo abandonado
Lançado à terra que não me nasceu
Não cresci, nem sei se fui ensinado,
Sou descrente do que a vida me deu.
Aperfilhei o que de outros foi negado
Rejeitei meus filhos que não gerei
Sou agora o corpo, ainda abandonado,
Rei de um reino onde não sou rei.
E acordo cada noite sem me encontrar,
Imóvel, apático, encontrado em mim
Apenas perdido na mente escura.
Se me encontrar, só se me encontrar,
Perco-me deste poema ao fim,
Pois só do fim a vida me procura.
Bruno Torrão
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