Ponte-cama
Deixa que cerre os olhos, agora
Que os teus dedos se despistam
Numa carícia tua que demora
No meu corpo nu, e persistam
Por ínfimos minutos, pelo dia fora!
Deslizamos pela cama em marcha lenta,
Feita ponte que nos une sem demora
Traçada num instante como se esquenta
Num entre-corpos um cubo de gelo.
Traçamos vias rápidas p’los fios de cabelo
Enlaçados nas mãos que nos alcatroam
Ao chão de cada um como cola!
E enquanto a estrada corrida se desenrola
Façamos dos corpos filas que se amontoam!
Bruno Torrão
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