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segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Cinzeiro



Cinzeiro

Ao longe o verde das serras, assumo!
Ao perto a negrura dos teus passos
Que acercam de manso enquanto fumo
E meço os dias a cigarros e maços.

De negro como os teus olhos, mas brilhantes,
Apago as memórias num cinzeiro de prata
Contra o qual aperto a raiva de amantes
Que fomos e não mais o amor acata.

Somos filtro dum lado, noutro tabaco por fumar.
Somos verde das serras e passos perto do fim
Negros como os olhos que sempre hão-de brilhar
Dentro da memória, apenas e só dentro de mim.

Bruno Torrão

1 comentário:

Noiva Cadáver disse...

A lembrança que guardamos é um eterno refúgio para a visita da beleza, mesmo que somente em nossas memórias.