Ainda (naquela estação)
E foi por entre a névoa quase matutina
Que fizemos por perder juntos
As roupas que, em surdina,
Nos acalmavam os corpos quase juntos.
E aos olhares, ainda discretos,
Demos o prazer sem pudor
De vislumbrar o que, ainda secretos,
Entre nós nos prendia o fulgor.
E por entre as roupas perdidas
Naquela estação em já quase
alvoroço,
Nos enlaçámos como almas esquecidas
Em caminho vago, sem destino ou troço.
Bruno Torrão
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