Balada para a partida
E desta forma me deixo desfazer
Num baço nevoeiro, denso,
Num longo aceno, num adeus
Que permanece ainda, sem esquecer
Cada toque, o beijo suspenso
E os meus dentes batendo os teus.
A partida é breve e dolente
Lenta e quase corrosiva.
Desfaço o peito de repente
Rasgado com a força depressiva
Que em mim cresce no momento!
Ardo vagarosamente num lume bravo
Consumido por crepitações carmim…
Se não me regresso, ou tento,
E se p’la saudade torno escravo,
Jamais me encontrarei em mim!
Bruno Torrão
2 comentários:
Muito bom. Gostei. Parabéns Bruno. Abraço
Obrigado, amigo Jorge! Sabes como prezo bastante os teus comentários! Grande abraço!!
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