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segunda-feira, 8 de junho de 2015

Poema Viajantes V - Amor de uma só hora (esquecimento)

Amor de uma só hora (esquecimento)

E como se nunca nos houvéssemos cruzado
Rasgamos o caminho – cada um o seu –
Como dois pêndulos num relógio parado
Certeiros de que no tempo nada aconteceu,

Nada permanecerá num passado que houver,
Nem mesmo um tempo perdido que seja.
Recordaremos em branco se o que vier
À memória realmente preveja

A lembrança de algum momento vivido.
Meu amor de uma só hora, esquece!
Tudo do que nada que tenha acontecido
Dever-te-á marcar do que no futuro acontece

E tu, amor que foste de uma hora só,
Não mais te recordarás dessa hora gasta
A amar uma hora que se fez de si pó,
Que até a memória no esquecimento se desgasta.

Bruno Torrão

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