Amor de uma só hora (esquecimento)
E como se nunca nos houvéssemos
cruzado
Rasgamos o caminho – cada um o seu –
Como dois pêndulos num relógio parado
Certeiros de que no tempo nada
aconteceu,
Nada permanecerá num passado que
houver,
Nem mesmo um tempo perdido que seja.
Recordaremos em branco se o que vier
À memória realmente preveja
A lembrança de algum momento vivido.
Meu amor de uma só hora, esquece!
Tudo do que nada que tenha acontecido
Dever-te-á marcar do que no futuro
acontece
E tu, amor que foste de uma hora só,
Não mais te recordarás dessa hora
gasta
A amar uma hora que se fez de si pó,
Que até a memória no esquecimento se
desgasta.
Bruno Torrão
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