Chicote
Chicoteio numa cidade-noite dolentes
versos
De sangue negro e amargo a vinho.
A alma trôpega soluça a pé-coxinho
Nas pedras calcário dos passeios
dispersos.
Nas luzes amarelas que me mijam os
ossos
Prego pregos de platina em corrosão.
Sangram-lhe os neutrões em faísca ao
chão
Onde estendo as palmas e os destroços
Dos edifícios que não soube cimentar.
Nas escuras ruas – que são já
avenidas! –
Escrevo por traços contínuos as
medidas
Do meu corpo espalmado a lacerar.
Bruno Torrão
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