Teus lindos lábios, desenhados,
São pequenos doces sábios
Que mesmo estando calados,
Sabem a mel os teus termos
Que tornam meus caminhos, enfermos,
Repletos de luzes... doirados!
Quem tos desenhou, de fino traço,
Jamais julgou criar num espaço
Tão magno encanto e beleza!
Deslumbro meus olhos molhados
Por beijar tão grande riqueza, os desenhados
Teus lábios de tamanha grandeza!
Bruno Torrão
28 Mai. 06
terça-feira, 28 de dezembro de 2010
domingo, 26 de dezembro de 2010
Poema CLXVII - Telhados de Alfama
Telhados de Alfama
Vejo-os molhar calçados
As calçadas onde derrama
Amores renegados
Pelas gentes enguiçados
A viver na penumbra
E assim me deslumbra
Cada telhado de Alfama.
Bruno Torrão
29 Abr. 06
Vejo-os molhar calçados
As calçadas onde derrama
Amores renegados
Pelas gentes enguiçados
A viver na penumbra
E assim me deslumbra
Cada telhado de Alfama.
Bruno Torrão
29 Abr. 06
quinta-feira, 23 de dezembro de 2010
Poema CLXVI - Vou e fico
Já se me gelam os dedos...
A caneta parece não obedecer!
Estranho! Dominava-a antes, invés aos medos,
Que antes, com ela, os fazia morrer!
Não bastam os quentes raios solares
Que, si mesmos, já se vão esgotando!
Faltam-me as forças, outros lugares,
Que a mim obrigo a busca, e demando-me!
Sento-me... aqui num banco. Pedaço...
Curto espaço virado ao nada!
Prendo-me em sonhos... que escasso!
Resta-me a espera e a vida parada...
Deixo-me ir! Só agora, não antes...
Porque o que passou jamais fui eu!
Não era como os livros, sentados em estantes,
Não era os sóis... calor vindo do céu...
Escolhi-me a mim para hoje o ser,
Aquilo que quis mostrar outrora...
Sentei-me. Deixei-me de escolher,
Morrer em mim, estando lá fora.
Bruno Torrão
05 Fev. 06
A caneta parece não obedecer!
Estranho! Dominava-a antes, invés aos medos,
Que antes, com ela, os fazia morrer!
Não bastam os quentes raios solares
Que, si mesmos, já se vão esgotando!
Faltam-me as forças, outros lugares,
Que a mim obrigo a busca, e demando-me!
Sento-me... aqui num banco. Pedaço...
Curto espaço virado ao nada!
Prendo-me em sonhos... que escasso!
Resta-me a espera e a vida parada...
Deixo-me ir! Só agora, não antes...
Porque o que passou jamais fui eu!
Não era como os livros, sentados em estantes,
Não era os sóis... calor vindo do céu...
Escolhi-me a mim para hoje o ser,
Aquilo que quis mostrar outrora...
Sentei-me. Deixei-me de escolher,
Morrer em mim, estando lá fora.
Bruno Torrão
05 Fev. 06
terça-feira, 7 de dezembro de 2010
Poema CLXV - Teu peito
Como se fosse o sol que se raia
Na janela que abres ao alvorecer;
Como se fosse o barulho que desmaia
Na areia da dourada praia
Duma onda acabada de esbater.
Como se fosse a estrela mais brilhante
Que no céu se intimida aparecer;
Como se na terra, não bastante,
Se alimentasse por cada instante
Cada olhar que acabas de receber
No teu belo e erótico peito
Onde uma tarde vi o sol se perder!
Fuga audaz dum mundo perfeito
Onde eu fui, um dia, eleito
Saber do mesmo tirar prazer...
Bruno Torrão
01 Fev. 06
Na janela que abres ao alvorecer;
Como se fosse o barulho que desmaia
Na areia da dourada praia
Duma onda acabada de esbater.
Como se fosse a estrela mais brilhante
Que no céu se intimida aparecer;
Como se na terra, não bastante,
Se alimentasse por cada instante
Cada olhar que acabas de receber
No teu belo e erótico peito
Onde uma tarde vi o sol se perder!
Fuga audaz dum mundo perfeito
Onde eu fui, um dia, eleito
Saber do mesmo tirar prazer...
Bruno Torrão
01 Fev. 06
sábado, 27 de novembro de 2010
Poema CLXIV - Mudança
Por ti acordo à noite! Desassossego!
Naufrago num mar de sonhos em revolta.
Sem ti, na escuridão, sou mais que o medo
Que atormenta todo o mundo à sua volta!
Acalmo os meus lençóis no corpo à espera,
Enquanto a madrugada se torna dia.
Atiço os meus sentidos à louca fera...
Por ti mudava o mundo e repetia!
Na roxa solidão me desespero,
Friamente entre choros de agonia!
Só prego à noite que se faça dia
Na ideia de esquecer que te quero.
E enquanto a alma vaga se esvazia...
Por ti mudava o mundo e repetia!
Bruno Torrão
18 Jan. 06
Naufrago num mar de sonhos em revolta.
Sem ti, na escuridão, sou mais que o medo
Que atormenta todo o mundo à sua volta!
Acalmo os meus lençóis no corpo à espera,
Enquanto a madrugada se torna dia.
Atiço os meus sentidos à louca fera...
Por ti mudava o mundo e repetia!
Na roxa solidão me desespero,
Friamente entre choros de agonia!
Só prego à noite que se faça dia
Na ideia de esquecer que te quero.
E enquanto a alma vaga se esvazia...
Por ti mudava o mundo e repetia!
Bruno Torrão
18 Jan. 06
Decidi, por gosto pessoal, encerrar a publicação do Magnotico - Livro Terceiro, aqui no Signo das Letras.
Durante os próximos tempos verão aqui publicados os poemas que compõem a minha sexta colectânea, à qual apelidei de Livro da Palma. O nome surge devido ao facto de, este mesmo poema - Mudança - ter sido escrito num caderno com uma folha seca semelhante à folha de palma estampada na capa. Seria, nesse, onde iria reescrever os meus poema predilectos até então.
O caderno, até hoje, guarda apenas o mesmo poema... e nenhum mais se juntou. Mas aqui, entre bits, muitos mais se foram insurgindo!
Durante os próximos tempos verão aqui publicados os poemas que compõem a minha sexta colectânea, à qual apelidei de Livro da Palma. O nome surge devido ao facto de, este mesmo poema - Mudança - ter sido escrito num caderno com uma folha seca semelhante à folha de palma estampada na capa. Seria, nesse, onde iria reescrever os meus poema predilectos até então.
O caderno, até hoje, guarda apenas o mesmo poema... e nenhum mais se juntou. Mas aqui, entre bits, muitos mais se foram insurgindo!
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
Poema CLXIII - Dama
Albergas em ti o mundo num sonho
E a voz da vida, inigualável de Portugal!
Matas a angústia do universo medonho,
Espalhada por esse mundo nosso sem igual!
És o expoente máximo da nossa saudade,
Amor traído em matutino alvorecer.
Cantas em cada canto a nossa verdade
Que em ti nunca o acreditar se fez querer...
És o gomo mais doce do nosso citrino,
Que em altos pomares se viu aflorar.
Escondes no teu olhar, gelado, matutino,
O gume da faca com que nos queres matar!
És a letra mais carregada de presença
Que num velho livro guarda a nossa vida,
Esperando a cada página a recompensa
De um olhar mais pálido que a tua partida!
A ti te escolho, dama da honra mais escura,
Para pregar pelos altares que tenho pisado.
Acolhe-me a alma que, ligada a ti perdura,
Num infinito sonho que jamais é alcançado!
Bruno Torrão
09 Out. 05
E a voz da vida, inigualável de Portugal!
Matas a angústia do universo medonho,
Espalhada por esse mundo nosso sem igual!
És o expoente máximo da nossa saudade,
Amor traído em matutino alvorecer.
Cantas em cada canto a nossa verdade
Que em ti nunca o acreditar se fez querer...
És o gomo mais doce do nosso citrino,
Que em altos pomares se viu aflorar.
Escondes no teu olhar, gelado, matutino,
O gume da faca com que nos queres matar!
És a letra mais carregada de presença
Que num velho livro guarda a nossa vida,
Esperando a cada página a recompensa
De um olhar mais pálido que a tua partida!
A ti te escolho, dama da honra mais escura,
Para pregar pelos altares que tenho pisado.
Acolhe-me a alma que, ligada a ti perdura,
Num infinito sonho que jamais é alcançado!
Bruno Torrão
09 Out. 05
sexta-feira, 12 de novembro de 2010
Poema CLXII - Outeiro
Inspira! Sentes ainda o cheiro
Emanado desta suja folha,
Escrita numa rua de outeiro
Eleito por nossa escolha,
A passar noites em céu lento
Aberto e, até, reluzente?
Aqui, acelerámos o tempo
Num Inverno ainda quente,
Escaldado por nossos sentimentos.
Foram curtos e longos momentos
Passados a olhar um rio
Que a névoa, outrora, tapara!
E os beijos que larguei na tua cara
Sinto-os hoje, suando, como frio.
Bruno Torrão
05 Out. 05
Emanado desta suja folha,
Escrita numa rua de outeiro
Eleito por nossa escolha,
A passar noites em céu lento
Aberto e, até, reluzente?
Aqui, acelerámos o tempo
Num Inverno ainda quente,
Escaldado por nossos sentimentos.
Foram curtos e longos momentos
Passados a olhar um rio
Que a névoa, outrora, tapara!
E os beijos que larguei na tua cara
Sinto-os hoje, suando, como frio.
Bruno Torrão
05 Out. 05
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
Poema CLXI - Portões largos
Talvez seja tarde – demasiado! -
Quando a morte abarca cedo,
E vem trazendo em segredo
A crua felicidade a seu lado.
Talvez seja cedo – demasiado cedo! –
Ver esvair-me entre torrões
Sulcados duma terra onde pões
Arduamente teu corpo azedo.
Tarde. Cedo. Cedro. Cipreste...
Vida de vida de cemitério!
Portões largos; ocultem o mistério
Da minha dura vida agreste.
Abertos, altos portões largos,
Confidentes dest’alma enterrada,
Mantenham por eterno afastada
Tal alma que em mim fez estragos.
E que siga por ela seu caminho.
Cedo. Tarde. Eternamente nunca!
Prossiga ele nessa espelunca
Efémero corpo – e sozinho!
Bruno Torrão
29 Set. 05
Quando a morte abarca cedo,
E vem trazendo em segredo
A crua felicidade a seu lado.
Talvez seja cedo – demasiado cedo! –
Ver esvair-me entre torrões
Sulcados duma terra onde pões
Arduamente teu corpo azedo.
Tarde. Cedo. Cedro. Cipreste...
Vida de vida de cemitério!
Portões largos; ocultem o mistério
Da minha dura vida agreste.
Abertos, altos portões largos,
Confidentes dest’alma enterrada,
Mantenham por eterno afastada
Tal alma que em mim fez estragos.
E que siga por ela seu caminho.
Cedo. Tarde. Eternamente nunca!
Prossiga ele nessa espelunca
Efémero corpo – e sozinho!
Bruno Torrão
29 Set. 05
terça-feira, 2 de novembro de 2010
Poema CLX - Ode do Oriente
Lisboa viu nascer
no seu bairro oriental
Aquilo que devia ser
o novo mundo em Portugal!
A exposição do velho mundo,
que os lusos desbrenharam,
Nasceu de um parque imundo
que os novos ignoraram.
Velhas latas enferrujadas
e lixeiras industriais,
Deram espaço a moradas
às novas tias de Cascais!
Entre lodo e muita lama,
batráquio e insecto,
Fez-se o Centro Vasco da Gama
de que a SONAE tem muito afecto!
Já se namora à beira-rio
e na Doca dos Olivais.
E os casais com o cio
nos Jardins da Água gritam por mais!
Projectou-se o Oceanário,
regalia para as lontras.
Aos visitantes enche o imaginário
e de souvenirs as montras.
Já o teleférico é um encanto,
que mesmo caro dá p’r’andar,
E é como qualquer canto
para o amor se consumar!
O Pavilhão Atlântico é a regalia
para os olhos de quem o visita,
Mas foi, na sua escadaria
que eu, assaltado, fiquei sem guita...
Os Jardins Garcia de Orta
com os bares que o ladeiam,
Toda a gente anda torta
devido aos cheiros que lá vagueiam,
Seja do Tejo que ele surja,
que em certos dias até é fixe,
Porém o odor da água suja
não anula o do haxixe!
Bruno Torrão
26 Set. 05
no seu bairro oriental
Aquilo que devia ser
o novo mundo em Portugal!
A exposição do velho mundo,
que os lusos desbrenharam,
Nasceu de um parque imundo
que os novos ignoraram.
Velhas latas enferrujadas
e lixeiras industriais,
Deram espaço a moradas
às novas tias de Cascais!
Entre lodo e muita lama,
batráquio e insecto,
Fez-se o Centro Vasco da Gama
de que a SONAE tem muito afecto!
Já se namora à beira-rio
e na Doca dos Olivais.
E os casais com o cio
nos Jardins da Água gritam por mais!
Projectou-se o Oceanário,
regalia para as lontras.
Aos visitantes enche o imaginário
e de souvenirs as montras.
Já o teleférico é um encanto,
que mesmo caro dá p’r’andar,
E é como qualquer canto
para o amor se consumar!
O Pavilhão Atlântico é a regalia
para os olhos de quem o visita,
Mas foi, na sua escadaria
que eu, assaltado, fiquei sem guita...
Os Jardins Garcia de Orta
com os bares que o ladeiam,
Toda a gente anda torta
devido aos cheiros que lá vagueiam,
Seja do Tejo que ele surja,
que em certos dias até é fixe,
Porém o odor da água suja
não anula o do haxixe!
Bruno Torrão
26 Set. 05
Este foi o segundo poema onde, num conjunto de Odes, decidira satirizar alguns bairros de Lisboa, tendo sido o primeiro o já aqui apresentado Ode à Decadência, que cai sobre o Bairro Alto.
sábado, 30 de outubro de 2010
Poema CLIX - Cravo de Rua
Cheira a cravos, esta rua...
Cheira a cravos, só cravos.
Vermelhos, como queria dar-vos,
Tais cravos cheirosos desta rua,
Assomados, tímidos, à janela
Lançando seu perfume p’la viela.
Bruno Torrão
21 Ago. 05
Cheira a cravos, só cravos.
Vermelhos, como queria dar-vos,
Tais cravos cheirosos desta rua,
Assomados, tímidos, à janela
Lançando seu perfume p’la viela.
Bruno Torrão
21 Ago. 05
Tenho uma paixão imensa por este poema por ter sido escrito na íntegra - e por essa razão tão curto - enquanto caminhava, numa manhã de Verão, pela Avenida abaixo em direcção à estação de comboios.
Acaba por ser um pouco a representação da minha libertinagem no que tocava (sim, no passado) à prontidão para escrever - No matter what, no matter where! (Não interessa o quê, não interessa onde!) - e que nos dias que têm corrido tenho sentido tanta e tanta falta...
Acaba por ser um pouco a representação da minha libertinagem no que tocava (sim, no passado) à prontidão para escrever - No matter what, no matter where! (Não interessa o quê, não interessa onde!) - e que nos dias que têm corrido tenho sentido tanta e tanta falta...
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
Poema CLVIII - Se a noite fosse fria
(Adaptação de “Se ao menos houvesse um dia”, João Monge)
Se a noite fosse fria
Perto de ti me aquecia
Entre lençóis de flanela.
E depois de cada abraço,
Entrelaçássemos num laço,
Como num quadro sem tela.
Se a noite fosse fria
E expirássemos euforia
Entre os auges que desejas,
E depois do uníssono
Nos embrenhássemos num sono,
Na calma vida que latejas.
Se enquanto amanhece,
E lá fora o tempo aquece
Num presságio de saudade,
Nos lançamos em rituais,
Os corpos pedindo mais,
Numa eterna afinidade.
Se ao menos a sonhar
Tudo pudesse realizar
Com a força que me agarras,
Este poema será feito
Para, por ti, ser eleito
A cantar em noites de farras!
Bruno Torrão
21 Ago. 05
Este poema foi escrito com o intuito de ser enviado para uma editora discográfica, tendo em conta que é facilmente aplicado à composição musical do tradicional Fado Três Bairros, porém, até hoje, não tem passado da gaveta por falta da iniciativa do próprio autor!
terça-feira, 26 de outubro de 2010
Poema CLVII - Barrote
Sinto estranho o corpo. Vazio!
Longe de mim. Desesperado.
Como algo que corre desalmado
Em busca dum lugar sombrio,
Deslocado, sem se encontrar.
Sinto vazia a alma. Estranha!
Longe do corpo que a emaranha
Em estranhas teias de sufocar.
Aperta-me o peito. Sufoca!
Vida por morte. Troca por troca.
Levo a sina a jogar-me o destino,
E, tão rápido, meu corpo cristalino
De pedras preciosas e sal puro,
Afoga-se no mar como barrote duro!
Bruno Torrão
09 Ago. 05
Longe de mim. Desesperado.
Como algo que corre desalmado
Em busca dum lugar sombrio,
Deslocado, sem se encontrar.
Sinto vazia a alma. Estranha!
Longe do corpo que a emaranha
Em estranhas teias de sufocar.
Aperta-me o peito. Sufoca!
Vida por morte. Troca por troca.
Levo a sina a jogar-me o destino,
E, tão rápido, meu corpo cristalino
De pedras preciosas e sal puro,
Afoga-se no mar como barrote duro!
Bruno Torrão
09 Ago. 05
terça-feira, 19 de outubro de 2010
Poema CLVI - Suavemente
Era dia! Suavemente acabado de nascer
Como o amor transpirado que nós,
Até ao nascer do dia, quisemos fazer.
Era dia! Suavemente esculpido pelo Sol,
Guarnecido de nuvens suaves e sós,
Que se embrenham entre elas, como nós no lençol.
Era luz! Uma luz que tão forte
Nos cega a vista vidrada de amor.
Era a luz! Que entre nós foi nascendo
E até hoje crescendo aumentando o calor.
Essa luz! Que nos guia p’ra norte
Aumentando a paixão que foi crescendo.
Bruno Torrão
12 Jul. 05
Como o amor transpirado que nós,
Até ao nascer do dia, quisemos fazer.
Era dia! Suavemente esculpido pelo Sol,
Guarnecido de nuvens suaves e sós,
Que se embrenham entre elas, como nós no lençol.
Era luz! Uma luz que tão forte
Nos cega a vista vidrada de amor.
Era a luz! Que entre nós foi nascendo
E até hoje crescendo aumentando o calor.
Essa luz! Que nos guia p’ra norte
Aumentando a paixão que foi crescendo.
Bruno Torrão
12 Jul. 05
segunda-feira, 11 de outubro de 2010
Poema CLV - Loucura
@ H.J.M.
Louco! Louco! Louco!
De loucura quero mais!
Porque de loucura temos um pouco,
E a mim mais não é demais!
Quero ser louco! Insano!
Doentio senhor da lucidez!
Doente, louco, santo profano,
Que se enlouquece de uma só vez!
Perco-me em dispersões...
Sozinho me converso. E converso!
Já que os loucos são sabichões
Que sabem mais que o controverso,
Que na loucura dos outros procura
A invalidez dessas ideias!
Quero ser louco, senhor da loucura,
Por completo! Não louco por medidas meias!
Bruno Torrão
05 Jun. 05
sábado, 31 de julho de 2010
Poema CLIV - Ao muro
Miro a fuga da vida, para trás,
Como uma estrada que se finda,
Já corrida, que me traz
A lembrança em que perduram ainda
Pedaços da tua figura, sozinha,
Esquartilhada num chão escuro.
Esqueço o resto. Tudo. A minha,
Pobre coitada, apenas lanço ao muro,
Imponente, forte e deslavado,
Na ânsia que tenho de me quebrar.
Sinto-me perdido, preso, apanhado...
Das ideias. Da ideias de me acabar.
Bruno Torrão
30 Maio 05
Como uma estrada que se finda,
Já corrida, que me traz
A lembrança em que perduram ainda
Pedaços da tua figura, sozinha,
Esquartilhada num chão escuro.
Esqueço o resto. Tudo. A minha,
Pobre coitada, apenas lanço ao muro,
Imponente, forte e deslavado,
Na ânsia que tenho de me quebrar.
Sinto-me perdido, preso, apanhado...
Das ideias. Da ideias de me acabar.
Bruno Torrão
30 Maio 05
terça-feira, 27 de julho de 2010
Poema CLIII - Dor
Corpo vivo, corpo estranho,
Dor maior que todo o tamanho.
Dói mais a dor da vida vivida,
Que a dor da eterna despedida,
Que sempre que vem, é da hora.
Não como aquela que trago agora,
Que é esta dor de vida vivida
Mais dolente que a eterna despedida.
Habita em mim tal dor sofrida,
Dor maior que é sempre seguida.
Assim é a dor de vida vivida
Mais mortal que a da eterna despedida.
Sofreguidão que meu ser alcança,
E para a eterna despedida me lança,
Por ser maior a dor da vida vivida.
Mais sofrida que a da eterna despedida...
Bruno Torrão
27 Mai. 05
Dor maior que todo o tamanho.
Dói mais a dor da vida vivida,
Que a dor da eterna despedida,
Que sempre que vem, é da hora.
Não como aquela que trago agora,
Que é esta dor de vida vivida
Mais dolente que a eterna despedida.
Habita em mim tal dor sofrida,
Dor maior que é sempre seguida.
Assim é a dor de vida vivida
Mais mortal que a da eterna despedida.
Sofreguidão que meu ser alcança,
E para a eterna despedida me lança,
Por ser maior a dor da vida vivida.
Mais sofrida que a da eterna despedida...
Bruno Torrão
27 Mai. 05
sábado, 24 de julho de 2010
Poema CLII - Latitude
Nunca te tive
Mas já te sinto perdido.
Cada espelho que olho
Vejo o mundo partido.
Viajo na loucura
Onde não tenho retorno.
Vou chorando a vida
Emerso em transtorno.
Provoco a amargura
Ao te trazer na lembrança.
Recordo o teu sorriso
Para não perder a esperança.
Ocupo a minha cama
Como um corpo já morto.
Revejo-me num barco
Procurando o teu porto
Que já perdeu o Norte,
Tão perto do farol.
Procuro-te na noite,
Em vão, porque és Sol.
Um Sol que tanto brilha
Num outro lado do Mundo.
Por mais que a Terra gire
E rode num só segundo,
A tua latitude
Não coincide com a minha.
E a nossa longitude,
Essa, será sempre sozinha.
Bruno Torrão
23 Maio 05
Mas já te sinto perdido.
Cada espelho que olho
Vejo o mundo partido.
Viajo na loucura
Onde não tenho retorno.
Vou chorando a vida
Emerso em transtorno.
Provoco a amargura
Ao te trazer na lembrança.
Recordo o teu sorriso
Para não perder a esperança.
Ocupo a minha cama
Como um corpo já morto.
Revejo-me num barco
Procurando o teu porto
Que já perdeu o Norte,
Tão perto do farol.
Procuro-te na noite,
Em vão, porque és Sol.
Um Sol que tanto brilha
Num outro lado do Mundo.
Por mais que a Terra gire
E rode num só segundo,
A tua latitude
Não coincide com a minha.
E a nossa longitude,
Essa, será sempre sozinha.
Bruno Torrão
23 Maio 05
sexta-feira, 23 de julho de 2010
Poema CLI - Ergo
Jamais poderá alguém definir,
Tão melhor que eu, o significado
Duma palavra tão difícil de sentir,
Pelos outros de sentido tão errado.
Quem com ela vive, julgam louco,
Por adorá-la tão majestosamente.
Solidão, vive-se tanto e tampouco,
Num imenso mundo dolente...
Vivo eu nesse efémero mundo,
Mundano, imundo e insensato,
Mas feliz por ser único e profundo,
Espelho de mim e do meu abstracto.
Solitário, a mim mesmo me declaro,
Protegido pelas muralhas do meu ser.
Ergo, em mim, a força que amparo
Dum mundo que não me sabe entender.
Bruno Torrão
17 Abr. 05
Tão melhor que eu, o significado
Duma palavra tão difícil de sentir,
Pelos outros de sentido tão errado.
Quem com ela vive, julgam louco,
Por adorá-la tão majestosamente.
Solidão, vive-se tanto e tampouco,
Num imenso mundo dolente...
Vivo eu nesse efémero mundo,
Mundano, imundo e insensato,
Mas feliz por ser único e profundo,
Espelho de mim e do meu abstracto.
Solitário, a mim mesmo me declaro,
Protegido pelas muralhas do meu ser.
Ergo, em mim, a força que amparo
Dum mundo que não me sabe entender.
Bruno Torrão
17 Abr. 05
domingo, 18 de julho de 2010
Poema CL - Mais forte que ele
Estou bem tão só... Esquecido.
Num quarto onde o sol, proibido,
Não entra por mais destemido
Que seja. Sou mais forte que ele!
Vive só, num mundo astral.
Atrai a si todo o que se move.
Num raio solar aquece o mal
Que na terra de si se comove.
Vivo só, num mundo estranho.
Atraio a mim o que não quero.
Num raio de sonhos, tudo apanho.
Luz, cor, tristeza e desespero.
Estou bem tão só... Perdido.
Num quarto, onde ainda proibido,
O sol não ousa em ter-me aquecido
O mal. Porque sou mais forte que ele!
Bruno Torrão
16 Abr. 05
Num quarto onde o sol, proibido,
Não entra por mais destemido
Que seja. Sou mais forte que ele!
Vive só, num mundo astral.
Atrai a si todo o que se move.
Num raio solar aquece o mal
Que na terra de si se comove.
Vivo só, num mundo estranho.
Atraio a mim o que não quero.
Num raio de sonhos, tudo apanho.
Luz, cor, tristeza e desespero.
Estou bem tão só... Perdido.
Num quarto, onde ainda proibido,
O sol não ousa em ter-me aquecido
O mal. Porque sou mais forte que ele!
Bruno Torrão
16 Abr. 05
sábado, 17 de julho de 2010
Poema CXLIX - Estranho
Estranho é voltar a adormecer
Com um sorriso nos lábios desenhado.
Estranho é voltar a reviver
Sentimentos que julguei ser do passado.
Estranho é voltar a acordar
Com o pensamento em ti colado.
Estranho é voltar a suspirar
Como qualquer homem apaixonado.
Estranho seria não te ter paixão...
Não pensar em ti, não te gostar!
Não te guardar, a ti, no coração,
Não te querer. Não te adorar!
Por agora tanto te adorar ando estranho!
Sinto sentimentos que julgava findados...
Mas renasceram, por ti, em grande tamanho,
Que neste tempo, para ti, estiveram guardados!
Bruno Torrão
14 Mar. 05
Com um sorriso nos lábios desenhado.
Estranho é voltar a reviver
Sentimentos que julguei ser do passado.
Estranho é voltar a acordar
Com o pensamento em ti colado.
Estranho é voltar a suspirar
Como qualquer homem apaixonado.
Estranho seria não te ter paixão...
Não pensar em ti, não te gostar!
Não te guardar, a ti, no coração,
Não te querer. Não te adorar!
Por agora tanto te adorar ando estranho!
Sinto sentimentos que julgava findados...
Mas renasceram, por ti, em grande tamanho,
Que neste tempo, para ti, estiveram guardados!
Bruno Torrão
14 Mar. 05
quinta-feira, 15 de julho de 2010
Poema CXLVIII - Maior que eu
Sinto o coração maior que o peito!
Sinto-me mais que tudo... tão feliz,
Tão tudo, maior que eu, tão satisfeito!
Sinto-te tão perto, como sempre quis!
Bruno Torrão
11 Mar. 05
Sinto-me mais que tudo... tão feliz,
Tão tudo, maior que eu, tão satisfeito!
Sinto-te tão perto, como sempre quis!
Bruno Torrão
11 Mar. 05
sábado, 10 de julho de 2010
Poema CXLVII - Só por ti
Derretem-se meus olhos por ti,
Como se derretem velas ao calor.
Por ti derretia os pólos, só por ti,
Por de ti ter tanto e tanto amor.
Prendem-se meus olhos por ti,
Como se prendem âncoras ao mar.
Por ti prendia a lua, só por ti,
Por tanto e tanto adorares o luar.
Descansam meus olhos por ti,
Como descansam as estrelas no céu.
Por ti descansava, eterno, só por ti,
Num tão grande céu só teu e meu!
Bruno Torrão
10 Mar. 05
Como se derretem velas ao calor.
Por ti derretia os pólos, só por ti,
Por de ti ter tanto e tanto amor.
Prendem-se meus olhos por ti,
Como se prendem âncoras ao mar.
Por ti prendia a lua, só por ti,
Por tanto e tanto adorares o luar.
Descansam meus olhos por ti,
Como descansam as estrelas no céu.
Por ti descansava, eterno, só por ti,
Num tão grande céu só teu e meu!
Bruno Torrão
10 Mar. 05
sexta-feira, 9 de julho de 2010
Poema CXLVI - Vertigens
Estas mentes andam doentes
E eu delas me vou rindo!
Tanto me rio eu, entre dentes,
Enquanto de mim elas vão fugindo!
A calamidade, minha gente, aí está!
Vem chegando, passo a passo,
E por mais que fujam, não dá...
Ela agarrar-vos-à em pouco espaço!
Tenho pena de vós... meus queridos,
Que tanto me subjugaram nesta vida!
Chamaram-me louco, pobres enraivecidos,
Julgando que pobre alma seria vencida!
Vejo-vos eu, agora, caírem a pique,
Em altitude tal só vertiginosa de pensar.
Arrepia-me a pele num curto click.
E o vosso mundo finda tão devagar...
Bruno Torrão
07 Mar. 05
E eu delas me vou rindo!
Tanto me rio eu, entre dentes,
Enquanto de mim elas vão fugindo!
A calamidade, minha gente, aí está!
Vem chegando, passo a passo,
E por mais que fujam, não dá...
Ela agarrar-vos-à em pouco espaço!
Tenho pena de vós... meus queridos,
Que tanto me subjugaram nesta vida!
Chamaram-me louco, pobres enraivecidos,
Julgando que pobre alma seria vencida!
Vejo-vos eu, agora, caírem a pique,
Em altitude tal só vertiginosa de pensar.
Arrepia-me a pele num curto click.
E o vosso mundo finda tão devagar...
Bruno Torrão
07 Mar. 05
terça-feira, 6 de julho de 2010
Poema CXLV - Nas colheres
São as pessoas assemelhadas
Às colheres que tenho no faqueiro;
Umas são brilhantes. Prateadas!
Outras de plástico. Do barateiro.
Quando olho para elas, que vejo,
O côncavo interior desfalcado,
Lembro-me de mim, e nelas revejo,
O meu interior todo alterado.
Porém, miro então o outro lado,
E atento, então, o convexo exterior.
Tudo normal! No sítio bem colocado,
Faz lembrar um mundo de esplendor!
No entanto, o mais importante,
E nem por muitos lembrado,
É que o côncavo mais perturbante,
É, dos dois, o mais bem desenhado.
Pois tão bem suporta no seu pedaço
Os mais gélidos cubos de gelo,
Como amontoa em tão pouco espaço
Um aninhado infinito de quente pelo.
Bruno Torrão
04 Mar. 05
Às colheres que tenho no faqueiro;
Umas são brilhantes. Prateadas!
Outras de plástico. Do barateiro.
Quando olho para elas, que vejo,
O côncavo interior desfalcado,
Lembro-me de mim, e nelas revejo,
O meu interior todo alterado.
Porém, miro então o outro lado,
E atento, então, o convexo exterior.
Tudo normal! No sítio bem colocado,
Faz lembrar um mundo de esplendor!
No entanto, o mais importante,
E nem por muitos lembrado,
É que o côncavo mais perturbante,
É, dos dois, o mais bem desenhado.
Pois tão bem suporta no seu pedaço
Os mais gélidos cubos de gelo,
Como amontoa em tão pouco espaço
Um aninhado infinito de quente pelo.
Bruno Torrão
04 Mar. 05
segunda-feira, 5 de julho de 2010
Poema CXLIV - Incertezas
Um cigarro e música calma.
Uma vela em cima da mesa.
Tormentas bailam-me a alma.
Na cabeça reina a incerteza.
Lá fora a chuva comanda.
Cá dentro o quarto arrefece.
O batimento cardíaco abranda.
O futuro, esse, se esquece.
O pensamento sinto-o quebrado.
A noite parece ser tão escura.
As recordações levam-me ao passado.
A lua, agora, nem parece tão pura.
A minha vida desfaz-se em pó.
Agora o ar é ofegante de tão quente.
Gosto assim, de estar tão só,
Mas não longe de toda a gente.
Bruno Torrão
27 Fev. 05
Uma vela em cima da mesa.
Tormentas bailam-me a alma.
Na cabeça reina a incerteza.
Lá fora a chuva comanda.
Cá dentro o quarto arrefece.
O batimento cardíaco abranda.
O futuro, esse, se esquece.
O pensamento sinto-o quebrado.
A noite parece ser tão escura.
As recordações levam-me ao passado.
A lua, agora, nem parece tão pura.
A minha vida desfaz-se em pó.
Agora o ar é ofegante de tão quente.
Gosto assim, de estar tão só,
Mas não longe de toda a gente.
Bruno Torrão
27 Fev. 05
segunda-feira, 28 de junho de 2010
Poema CXLIII - Perdão
Estranha meta esta que procuro,
Envolta em quimeras de rara beleza,
Para a qual não me sinto seguro,
E só me deparo com a incerteza,
Tornando-me um ser tão estranho,
Capaz de ser tão incompreendido,
Por quem afecto de grande tamanho
Tenho guardado e sinto ferido.
Estranho caminho que agora percorro,
Era de espinhos sangrentos ornamentado!
Por todos os poros que pedisse socorro
Jamais sentia que fosse, então, ajudado...
Agora que quero esvair-me em morte
E lançar-me aos torrões ensanguentados,
Vejo tantos a acudir-me a sorte...
Tentando dos males serem livrados!
Bruno Torrão
26 Fev. 05
Como há muito que aqui não vinha deixar velhas novidades, e como a alma se me tem libertado e aberto uma nova janela para deixar entrar a inspiração, muito à socapa, vim cá hoje deixar este escrito!
Envolta em quimeras de rara beleza,
Para a qual não me sinto seguro,
E só me deparo com a incerteza,
Tornando-me um ser tão estranho,
Capaz de ser tão incompreendido,
Por quem afecto de grande tamanho
Tenho guardado e sinto ferido.
Estranho caminho que agora percorro,
Era de espinhos sangrentos ornamentado!
Por todos os poros que pedisse socorro
Jamais sentia que fosse, então, ajudado...
Agora que quero esvair-me em morte
E lançar-me aos torrões ensanguentados,
Vejo tantos a acudir-me a sorte...
Tentando dos males serem livrados!
Bruno Torrão
26 Fev. 05
Como há muito que aqui não vinha deixar velhas novidades, e como a alma se me tem libertado e aberto uma nova janela para deixar entrar a inspiração, muito à socapa, vim cá hoje deixar este escrito!
quinta-feira, 22 de abril de 2010
Poema CXLII - Sombras
Temo o dia. A claridade...
Temo tanto! Tenho medo!
Receio... Tamanha felicidade
Provoca-me náuseas em segredo
Que de toda a gente trago.
Só em mim o espectro abraço
Como o destino que largo
E me causa tal cansaço.
Porque as gentes me cansam
E me maçam as ideias,
Tão alegres elas dançam
Em tornos de grandes candeias
Que projectam sombras no escuro!
Iludem-me os pensamentos!
Afugentam de mim o que procuro.
Fazem de meus sonhos tormentos.
Bruno Torrão
23 Fev. 05
Temo tanto! Tenho medo!
Receio... Tamanha felicidade
Provoca-me náuseas em segredo
Que de toda a gente trago.
Só em mim o espectro abraço
Como o destino que largo
E me causa tal cansaço.
Porque as gentes me cansam
E me maçam as ideias,
Tão alegres elas dançam
Em tornos de grandes candeias
Que projectam sombras no escuro!
Iludem-me os pensamentos!
Afugentam de mim o que procuro.
Fazem de meus sonhos tormentos.
Bruno Torrão
23 Fev. 05
segunda-feira, 5 de abril de 2010
Poema CXLI - Lágrimas
Adoro a solidão! Venero!
Tão só a ela desejo,
Tão só a ela quero,
Respiro, abraço e beijo!
Vivo em mim a solidão!
Só assim gosto de estar.
Sozinho comigo, e então,
Somente comigo falar.
Loucos devaneios sociais,
Acreditem! Sinto-me bem.
Choro tanto! Até demais!
Mas sinto-me bem! Tão bem!
Lanço fora todas as mágoas
Que as pessoas jamais entendem!
As lágrimas? Com calor afago-as...
Secam rápido. E essas me entendem!
Bruno Torrão
22 Fev. 05
Tão só a ela desejo,
Tão só a ela quero,
Respiro, abraço e beijo!
Vivo em mim a solidão!
Só assim gosto de estar.
Sozinho comigo, e então,
Somente comigo falar.
Loucos devaneios sociais,
Acreditem! Sinto-me bem.
Choro tanto! Até demais!
Mas sinto-me bem! Tão bem!
Lanço fora todas as mágoas
Que as pessoas jamais entendem!
As lágrimas? Com calor afago-as...
Secam rápido. E essas me entendem!
Bruno Torrão
22 Fev. 05
sexta-feira, 5 de março de 2010
Poema CXL - As Pessoas
Confundem-me as pessoas! Tanto, tanto!
Lançam-me em medo, devaneio e pranto...
Por isso delas me escondo e tanto fujo,
Para qualquer lugar, deslugar, mundo sujo...
Invento sítios. Descubro lugares indescobertos.
Alcanço estrelas, planetas, universos abertos,
Para me infiltrar e delas me esconder. Quero!
Quero ser sozinho no meu mundo que impero...
Mas elas não me deixam só...
Elas não me deixam só.
Mas elas não me deixam só!
Elas não me deixam só...
Bruno Torrão
20 Fev. 05
Lançam-me em medo, devaneio e pranto...
Por isso delas me escondo e tanto fujo,
Para qualquer lugar, deslugar, mundo sujo...
Invento sítios. Descubro lugares indescobertos.
Alcanço estrelas, planetas, universos abertos,
Para me infiltrar e delas me esconder. Quero!
Quero ser sozinho no meu mundo que impero...
Mas elas não me deixam só...
Elas não me deixam só.
Mas elas não me deixam só!
Elas não me deixam só...
Bruno Torrão
20 Fev. 05
Com este poema iniciei o meu quinto livro, terceiro e último da série Magnotico onde, em algumas composições - quiçá na sua maioria - se denota a fase anti-social e de auto-estima retráctil, com referências aos ambientes negros que já se haviam lido nas compilações Expiração e em composições pontuais de Letrodependência.
Este poema foi ainda musicado por Tiago Videira, não se encontrando, no entanto, à disposição do público.
Este poema foi ainda musicado por Tiago Videira, não se encontrando, no entanto, à disposição do público.
domingo, 21 de fevereiro de 2010
Poema CXXXIX - Pele
Estende-me a pele sobre ti
Como xaile negro desvanecido,
Pele seca e mal tratada,
Como lágrima enxugada,
Caída em teu vestido
De pele, de corpo... Poros e pêlos.
Estendi-me sobre nós
Sobre a cama desfeita,
Nossa veneração eleita,
Em tons de uma só voz
Gritante e jubilar!
Cobri-me de mim, só,
Envolto em flanelas.
Cerraram-se as janelas.
Pelos ácaros me fiz pó.
Lançaste-me ao quarto vento
E à aragem pré-matinal.
Refrescas-me os sentidos,
Apuras-me os lânguidos...
E a pele sabe-me tão mal...
Bruno Torrão
13 Mai.'05
Como xaile negro desvanecido,
Pele seca e mal tratada,
Como lágrima enxugada,
Caída em teu vestido
De pele, de corpo... Poros e pêlos.
Estendi-me sobre nós
Sobre a cama desfeita,
Nossa veneração eleita,
Em tons de uma só voz
Gritante e jubilar!
Cobri-me de mim, só,
Envolto em flanelas.
Cerraram-se as janelas.
Pelos ácaros me fiz pó.
Lançaste-me ao quarto vento
E à aragem pré-matinal.
Refrescas-me os sentidos,
Apuras-me os lânguidos...
E a pele sabe-me tão mal...
Bruno Torrão
13 Mai.'05
E assim, em pele termino o meu quarto livro, Magnotico - Livro Segundo que poderão, porventura, seguir na íntegra através deste link!
Resta, agora, aguardar pela publicação do próximo. Só aqui! Só no Signo das letras!
Resta, agora, aguardar pela publicação do próximo. Só aqui! Só no Signo das letras!
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010
Poema CXXXVIII - Açucenas
Tardes amenas, de Primavera!
Tardes de açucenas, quem me dera
Que tão serenas em mim fossem,
Tão calmas em mim que fossem,
Tais amenas e doces tardes
Nas quais apenas ainda ardes
Em minha vista já cega
De um coração que não sossega!
Ó mente apaixonada! A minha!
Talvez machucada... Coitadinha!
Não faço por ti minha coitada.
Mente sem rumo, desnorteada,
Amargas em sumo de limonada!
És tão doce, açucarada...
Mas não te sustentas em nada!
E na minha cega vista, molhada,
Permaneces invicta! Intocável!
Como voz de anjos, inolvidável,
Dos tempos em que passámos
Abraçados ao mundo... Sonhámos!
Tanto que sonhámos, amor!
Tanto que sonhámos... Amor!
Lembro agora esses momentos,
Mergulhado em longos tormentos,
E encharco em mim a saudade!
Ó triste e dolorosa maldade
Que o tempo não quis apagar!
Inocente dor a atacar
A alma, o corpo, a mente...
Tudo à volta anda dormente
Por me esquecer das tardes amenas.
Primaveras tardes de açucenas.
Bruno Torrão
07 Abr. 05
Tardes de açucenas, quem me dera
Que tão serenas em mim fossem,
Tão calmas em mim que fossem,
Tais amenas e doces tardes
Nas quais apenas ainda ardes
Em minha vista já cega
De um coração que não sossega!
Ó mente apaixonada! A minha!
Talvez machucada... Coitadinha!
Não faço por ti minha coitada.
Mente sem rumo, desnorteada,
Amargas em sumo de limonada!
És tão doce, açucarada...
Mas não te sustentas em nada!
E na minha cega vista, molhada,
Permaneces invicta! Intocável!
Como voz de anjos, inolvidável,
Dos tempos em que passámos
Abraçados ao mundo... Sonhámos!
Tanto que sonhámos, amor!
Tanto que sonhámos... Amor!
Lembro agora esses momentos,
Mergulhado em longos tormentos,
E encharco em mim a saudade!
Ó triste e dolorosa maldade
Que o tempo não quis apagar!
Inocente dor a atacar
A alma, o corpo, a mente...
Tudo à volta anda dormente
Por me esquecer das tardes amenas.
Primaveras tardes de açucenas.
Bruno Torrão
07 Abr. 05
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010
Poema CXXXVII - Brinca, Alegria!
Brinca nesta rua, Alegria,
Enquanto to permite a idade!
Pois daqui a uns anos, mais tarde,
Não mais brincarás, Alegria...
Brinca agora, pequena Alegria,
Como brinca qualquer criança
Brotando dos olhos esperança,
Fantasia, emoção e alegria...
Só agora podes brincar, Alegria,
Aproveita agora tamanha virtude!
Pois com o crescer tanto se ilude
E na vida só se perde é alegria...
Bruno Torrão
19 Fev.'05
Este foi, como podem verificar pelos tag, mais um poema no qual utilizei a táctica Three Words Poetry.
Ainda hoje me espanto, comigo, como tive tamanha agilidade nesses tempos em fazê-lo... E hoje nem tampouca agilidade tenho - quase - sequer, para escrever...!
Enquanto to permite a idade!
Pois daqui a uns anos, mais tarde,
Não mais brincarás, Alegria...
Brinca agora, pequena Alegria,
Como brinca qualquer criança
Brotando dos olhos esperança,
Fantasia, emoção e alegria...
Só agora podes brincar, Alegria,
Aproveita agora tamanha virtude!
Pois com o crescer tanto se ilude
E na vida só se perde é alegria...
Bruno Torrão
19 Fev.'05
Este foi, como podem verificar pelos tag, mais um poema no qual utilizei a táctica Three Words Poetry.
Ainda hoje me espanto, comigo, como tive tamanha agilidade nesses tempos em fazê-lo... E hoje nem tampouca agilidade tenho - quase - sequer, para escrever...!
domingo, 7 de fevereiro de 2010
Poema CXXXVI - Abraçado à morte
Quem sabe ao chegares, um dia,
Em vez de me veres abraçado a mim,
Abraçando a morte com alegria,
Me encontrarás no mesmo sítio, por fim.
Talvez sem esperares, um dia,
Estarei deitado no leito eterno,
A morte abraçando-me, como eu queria,
Apenas a sete palmos do inferno.
Talvez realize tais desejos, um dia,
Como jamais consegui realizar maiores.
Abraçar a morte. Tanto que queria...
Mas jamais por morrer de desamores.
Bruno Torrão
13 Fev.'05
Em vez de me veres abraçado a mim,
Abraçando a morte com alegria,
Me encontrarás no mesmo sítio, por fim.
Talvez sem esperares, um dia,
Estarei deitado no leito eterno,
A morte abraçando-me, como eu queria,
Apenas a sete palmos do inferno.
Talvez realize tais desejos, um dia,
Como jamais consegui realizar maiores.
Abraçar a morte. Tanto que queria...
Mas jamais por morrer de desamores.
Bruno Torrão
13 Fev.'05
Engraçado! Por pouco não colocava o poema no seu quinto aniversário.
Por este modo vejo em como mudei tanto nestes cinco anos volvidos, neste tema e nesta temática. quer na vida, quer na escrita. Ainda que muito do que escrevo - ou escrevi (por vezes já não sei como me designar neste ponto ou situação) - tenha muito-bastante-ou-quase-tudo daquilo que sou, presencio e vivo.
Por este modo vejo em como mudei tanto nestes cinco anos volvidos, neste tema e nesta temática. quer na vida, quer na escrita. Ainda que muito do que escrevo - ou escrevi (por vezes já não sei como me designar neste ponto ou situação) - tenha muito-bastante-ou-quase-tudo daquilo que sou, presencio e vivo.
sexta-feira, 22 de janeiro de 2010
Poema CXXXV - Saudade
Estranho é o sentimento. Complexo.
Não sabe ninguém mais defini-lo...
Torna-me tão confuso. Perplexo!
Longe de o largar. Fácil é consegui-lo.
Longe de tudo o que viva... da vida,
Atrofia os eternos pensadores...
Faz pensar em cada batalha vencida.
Agilmente refresca memórias de dores...
Estranho é o sentimento. Complicado.
Alcança todos, em qualquer idade.
Faz parte de nós. É o nosso fado,
Aquele que nos alaga. E é saudade...
Bruno Torrão
12 Fev. 05
Como já não aqui vinha há quase um mês, decidi aparecer. Não que goste do poema... mas continuo a postá-los por ordem.
Não sabe ninguém mais defini-lo...
Torna-me tão confuso. Perplexo!
Longe de o largar. Fácil é consegui-lo.
Longe de tudo o que viva... da vida,
Atrofia os eternos pensadores...
Faz pensar em cada batalha vencida.
Agilmente refresca memórias de dores...
Estranho é o sentimento. Complicado.
Alcança todos, em qualquer idade.
Faz parte de nós. É o nosso fado,
Aquele que nos alaga. E é saudade...
Bruno Torrão
12 Fev. 05
Como já não aqui vinha há quase um mês, decidi aparecer. Não que goste do poema... mas continuo a postá-los por ordem.
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